A Casa Branca anunciou nesta semana que o presidente dos EUA, Joe Biden, está criando uma força-tarefa para fortalecer as relações trabalhistas e os sindicatos. A força-tarefa será liderada pela vice, Kamala Harris, e pelo secretário do Trabalho nos EUA, Marty Walsh.  Enquanto isso, no Brasil, a Reforma Trabalhista enfraqueceu sindicatos e o atual governo quer precarizar ainda mais as relações de trabalho.

Ora, se um país de economia liberal como os EUA entende que as relações trabalhistas devem ser fortalecidas e estimula a negociação com os sindicatos, é porque este parece ser um bom caminho, não?

Os sindicatos são importantes para a sociedade e ajudam a construir economias mais fortes e justas. São os sindicatos que negociam o que não está na lei, beneficiando, assim, um conjunto de trabalhadores de uma mesma categoria, em questões como horas-extra, auxílio para educação, vale-alimentação e muitos outros benefícios. Nada disso é garantido na legislação, mas é na mesa de negociação que esses pleitos são debatidos e conquistados.

Os sindicatos também mobilizam e chamam a atenção da sociedade para temas fundamentais. Na área da Saúde, por exemplo, neste ano estamos conseguindo fazer a sociedade enxergar a Enfermagem, categoria tão fundamental nesta pandemia, mas antes invisível. Depois de 25 anos de luta, finalmente estamos no limiar da aprovação de um Piso Salarial no Senado, graças à mobilização dos sindicatos em todo país, em conjunto com outras entidades profissionais.

Muito se associa os sindicatos à política e, de fato, muitas das lideranças sindicais têm atuação em partidos políticos, de diferentes prismas ideológicos. No nosso sindicato, por exemplo, temos na mesma diretoria pessoas de esquerda, centro e de direita. E todas lutam em defesa dos interesses comuns da categoria.

Os sindicatos atuam na chamada Micropolítica, que constitui a esfera de atuação das entidades que representam interesses variados e interferem, com sua pressão, na Macropolítica.

Neste 01 de maio, é importante fazer essa reflexão, antes de sair criticando a atuação dos sindicatos. Os sindicatos são necessários no contexto atual. Pense nisso

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Cláudia Franco é enfermeira e presidente do SERGS - Sindicato

dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul