CNTSS > ARTIGOS > GOVERNO BOLSONARO INDICA QUE MANUTENÇÃO DO GOVERNO ULTRALIBERAL SÓ SERÁ POSSÍVEL COM SUPRESSÃO DAS GARANTIAS DEMOCRÁTICAS
26/11/2019
Os sinais são evidentes da dificuldade da manutenção do pacote econômico de Paulo Guedes. Não há nenhuma fumaça no ar de acerto da política econômica. Ao contrário, o dólar dispara, alcançamos o maior número de contratos precários da história do Brasil, já existe uma certeza de que não dará certo. A carne já fugiu da mesa e fomos transformados no país dos comedores de ovos.
Aprovada a Reforma da Previdência, o “Deus Mercado’ quer aprofundar a Reforma Trabalhista acabando ainda mais com qualquer garantia de trabalho digno. Mas não há magia: a redução do poder de compra dos trabalhadores arremessa o Brasil ainda mais para o fundo do poço, pois a acentuada queda da massa salarial leva junto a combalida economia brasileira.
A crise veio para ficar e os ultradireitistas ao não encontrarem saída tentam destruir o Estado, o colocando como o culpado de todo o caos provocado pela ganância desenfreada daqueles que fazem do mercado financeiro o ambiente de negócio.
Só é possível retomar o crescimento com a adoção de políticas anticíclicas, com investimento estatal que estimule o crescimento da chamada economia real que gere emprego e renda.
As privatizações propostas por Paulo Guedes e Bolsonaro, além de transferir para a iniciativa privada o patrimônio público, deixarão o governo sem nenhum instrumento para reagir a crise econômica.
No Brasil, a crise econômica anda junto com a crise política. Não é possível imaginar que seja possível investir em um país que as regras democráticas não sejam respeitadas, afinal não é trivial se retirar da disputa eleitoral o candidato que estava liderando todas as pesquisas eleitorais. Para demonstrar enorme desprezo às instituições da Republica, ainda nomeia para o cargo de ministro da Justiça o juiz que desequilibrou a balança em favor do fascismo.
Não se tem uma semana que se passe sem uma ameaça à democracia, quer seja pela primeira família Bolsonaro, quer seja pelo próprio presidente da República, pelo vice-presidente da República e agora até pelo “genial ministro da Economia”, que não escreveu um livro sobre fundamentos do mercado, não passando de um grande especulador.
A ameaça de reprimir protestos com a adoção de um novo AI-5 já aponta o desespero com pífio resultado do Plano Econômico de Paulo Guedes. Eles já dizem que não será possível manter a toque de caixa a destruição do Estado Brasileiro com as garantias democráticas, já explodiram reações populares em toda a América Latina contra o programa da ultradireita.
Os ventos que sopram em toda América soprarão aqui queiram ou não, não tem GLO (Garantia de Lei e da Ordem) que seja possível segurar a fome e a desesperança.
A oposição tem o direito de ser oposição, sem isso não há democracia. Não tem como atribuir ao líder da oposição a culpa pelo fracasso de um governo tacanho, sem visão de mundo e que não respeita nem a lei da gravidade, mas experimentará a queda livre.
Sandro Alex de Oliveira Cezar é presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores do
Rio de Janeiro e presidente da CNTSS/CUT – Confederação
Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social
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