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Viva a mulher negra latino-americana e caribenha

Escrito po: Maria Júlia Reis Nogueira, Secretária Nacional de Combate ao Racismo da CUT

30/07/2012

Desde 1992 o 25 de julho é comemorado em todas as nações do Continente como “Dia Internacional da Mulher Negra na América Latina e Caribe”.

A instituição desta data  pela ONU representa um marco institucional de luta e de resistência da mulher negra.

Embora no dia 8 de março seja comemorado o Dia Internacional das Mulheres como forma de homenagear todas as mulheres pelas conquistas alcançadas pela organização e mobilização que  desenvolvem na luta por respeito, dignidade e direitos iguais.

Alguns podem se perguntar se existem justificativas para o dia 25 de julho, considerando a existência do 8 de março, mas na nossa compreensão razões não faltam. Podemos apresentar alguns elementos que certamente irão fazer com que se reflita sobre a importância da instituição deste dia:

1. A Mulher negra é vitima de uma dupla discriminação :

De gênero e de raça em todos os países da América Latina, tanto na cidades como no campo. Portanto, a trabalhadora rural negra é vitima de mais uma discriminação;

2. As Mulheres Negras chegam e receber mensalmente cerca de 66% menos nos salários quando comparados com os homens não negros principalmente no Brasil, na Colômbia e na Venezuela.

3. A grande maioria das mulheres, 93%, encontram-se no trabalho domestico, o que representa 8 milhões de pessoas; destas 80% não possuem a formalização do vinculo empregatício.

4. Estes problemas enfrentados pelas mulheres negras brasileiras fazem parte , com poucas diferenças de fundo cultural e históricos ,da vida de suas irmãs nos demais países da América latina e do caribe.

Essas poucas considerações, demonstram a necessidade de se ter  um dia em que possamos refletir e debater as questões referentes às mulheres negras e pensar como podemos nos articular para construirmos ações e políticas voltadas para combater a discriminação que as mulheres são vítimas, já que  mulheres negras ainda são mais massacradas, excluídas e discriminadas que as outras mulheres.

A CUT, que neste ano aprovou a paridade de gênero na composição de sua direção nacional, se solidariza com luta das mulheres de nosso continente  prestando sua homenagem ao publicar esta nota , não deixando passar uma data tão significativa.

 

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