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A Terceirização que mata e mutila!

Escrito po: •Fábio Pádua -Coordenador saúde e segurança STIEEC/SINERGIA

16/03/2012

O processo de terceirização no Brasil foi expandido na década de 90, quando o projeto neoliberal esteve em pauta através do capitalismo selvagem, voltado somente ao lucro e diminuição dos direitos dos

A terceirização no setor elétrico é a forma mais desumana de buscar a lucratividade das empresas que foram privatizadas e sucateadas durante o governo Tucano, a energia elétrica por si só não tem cor, cheiro, e o contato direto quase sempre termina em morte ou mutilação, tendo em vista essa forma desumana em que as empresas do setor elétrico buscam o lucro a qualquer custo, a terceirização esta sendo a grande vilã de todo o processo produtivo, onde além de precarizar a mão obra, desqualifica o trabalhador através de baixos salários e excessos de jornadas, essa sim a que mais mata e mutila no setor. Os trabalhadores sofrem com o assédio moral, salários desiguais, benefícios menores, e uma jornada de trabalho estafante comparado com os trabalhadores das concessionárias.

A luta permanente contra a banalização da terceirização no Brasil fez com que algumas empresas se posicionassem e começasse sua própria terceirização, com empresas que compõem o próprio grupo, assim essas empresas terão condições de buscar lucros mais astronômicos que o normal.

Outro fato relevante nesta questão é a divergência nas discussões do trabalho fim, até o momento existe uma discussão no que tange o trabalho meio da atividade econômica e na atividade fim esse aspecto faz com que as empresas busquem na justiça o direito de matar, mutilar, assediar os trabalhadores a qualquer custo sem que ao menos de ao trabalhador o direito de se defender com direito a recusa e muitas vezes não cumprindo nem a própria legislação como o Decreto 1.254 de 10/09/1994, a convenção 155 da OIT, e muito a (Norma Regulamentadora 10) NR10 que em seu artigo 10.14.1 explicita o direito a recusa.

 

Para ter ideia de como a terceirização precariza a mão de obra do trabalhador, o salário de um trabalhador terceirizado é 27% menor do que os trabalhadores efetivos das concessionárias sem falar ainda que os direitos sociais dos terceiros são menores que o dos efetivos em mais de 70% dos casos.

Os acidentes com terceiros é mais que dobro comparado com os trabalhadores efetivos das concessionárias, e quase sempre acontece por falta de capacitação e a especialidade dos trabalhadores terceiros, comparado com os trabalhadores efetivos esta muito aquém do que se verifica nos trabalhadores das empresas contratantes, um exemplo trágico e a quantidade de acidentes que ocorreram no setor elétrico paulista em uma década, foram mais de 310 acidentes de trabalho nas empresas energéticas do estado de São Paulo, onde pelo menos 60% estavam envolvidos trabalhadores de empresas terceirizadas.

Segundo a Função Coge em 2010 houve 72 acidentes fatais no setor elétrico Brasileiro, sendo estes 69 em empresas de Distribuição e outros 03 em empresa de Geração e Transmissão de energia elétrica, onde a maior causa das mortes e mutilações é o choque elétrico. Somente no ano passado no estado de São Paulo a média de mortes no setor foi de quase uma por mês, sem falar os trabalhadores que estão incapacitados de laborar normalmente por sequelas que nunca mais serão reparadas.

Esse será o nosso maior desafio nos próximos períodos, garantir o direito a vida, resguardar as vidas dos trabalhadores que deixam suas casas todos os dias para ganhar o sustento de sua família, dar qualidade de vida aos seus familiares, ter dignidade e respeito e que muitos não terão a oportunidade de ver seus sonhos concluídos, sendo assim fica o desafio de formar uma sociedade mais justa e igualitária para que os trabalhadores possam usufruir todos os seus direitos.

 

 

 


 

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