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SEMEARAM DRAGÕES E COLHERAM PULGAS
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24/07/2009
Por um novo instrumento de luta dos servidores do INSS
Balanço da Greve
Por um novo instrumento de luta dos servidores do INSS
Balanço da Greve
•Miraci Astun
A greve é um instrumento muito importante e poderoso, se bem utilizado é capaz de impor derrotas aos Governos, patrões, e trazer vitorias aos trabalhadores, isso se for usada com muita responsabilidade e para os interesses da categoria. Quando ela é usada para fazer disputas políticas partidárias só pode trazer derrotas, foi o que aconteceu com esta greve.
É claro que não podemos responsabilizar os servidores e servidoras por esta derrota, mas sim, o conjunto da direção do sindicato, que não soube avaliar a conjuntura e não falou a verdade para a categoria.
A jornada de 30hs semanais é uma conquista histórica dos previdenciários que não devemos e não podemos abrir mão, e é por isso, que durante o processo negocial em 2008 não houve acordo e foi criado um GT para discutir essas questões,como a jornada de trabalho e avaliação de desempenho. Acontece que a FENASPS e o SINSPREV abandonaram o GT, quando o correto era participar do GT, debater até a exaustão esses pontos e caso não desse acordo, sairíamos denunciando para a categoria, e chamaríamos a greve respaldados pelos servidores.
A categoria queria que o sindicato antes de convocar a greve, entrasse na justiça contra a irredutibilidade de salário e a manutenção das 30 horas, o sindicato não o fez, chamou a greve
Vejam só, o sindicato e a Fenasps resolveram abandonar o GT que iria discutir, a jornada de trabalho e avaliação de desempenho ,dizendo que GT não funciona . Depois faz uma greve para conquistar um GT que nunca foi encerrado?
É por isso que os 80% dos servidores não seguiram o chamamento dos Sindicatos, não se sentiram seguros e sabiam que o movimento de fato não foi chamado para discutir as reivindicações da categoria.
O resultado da greve reflete todos os erros de um movimento que foi construído de cima para baixo e a categoria não foi ouvida. Antes de começar a paralisação, o governo tinha proposto para CNTSS o Grupo de Trabalho e a suspensão da implementação do ponto eletrônico por 90 dias, como também a não irredutibilidade dos salários. Nada disso foi validado e o acordo que se chegou nesta greve, é pior do que foi proposto inicialmente.
Esta Greve chega a seu fim de forma triste e melancólica, com o resultado já esperado e previsto pela maioria da categoria, ou seja, sem nenhum tipo de ganho mas sim com prejuízo, alias com o prejuízo do código 28, desconto dos dias parados e multa para as entidades. Saímos pior do que quando entramos.
Hoje, a Previdência se informatizou, os servidores se comunicam através de vários mecanismos: e-mail institucionais, MSN, twiter, telefone, etc., lidamos com analises de processos, com prazo judiciais e principalmente com o publico. Precisamos ser criativos, inovadores e propositivos para vencer o Governo. É necessário também unificar a categoria, não da mais para fazermos a luta isoladamente. Temos que criar novas estratégias de luta, envolvendo cada vez mais os companheiros e não indo na direção fundamentalista que tem sido a posição deste atual sindicato que não aceita posições diferentes.
O sindicato, nesta greve, passou o tempo todo um quadro de paralisação que não refletia a realidade dos locais onde supostamente havia greve, e os servidores, ao conferiram estas informações ficaram muitas vezes desinformados e perdidos em suas atuações.
Consideramos que o sindicato cometeu vários erros, mas não podemos deixar de dizer que a utilização do aparato judicial para intimidar e coibir o legitimo direito dos trabalhadores, as multas pesadas impostas aos sindicatos, o desconto do dias parados, a utilização do código 28 que não caracteriza o exercício da greve e de danosas conseqüências na vida funcional dos servidores, como também o constrangimento imposto a alguns dirigentes sindicais, pela Polícia Federal, demonstrou de forma inequívoca a truculência com que o governo federal tratou os trabalhadores e suas entidades, num verdadeiro ataque à democracia e autonomia de classe, em exercer o direito de greve inscrito na Constituição Federal de 1988, duramente conquistado ao final da ditadura militar e no início da redemocratização do Brasil.
Consideramos que temos que criar um instrumento de luta que de fato ouça e encaminhe o que a categoria decidir. Que represente todos os trabalhadores do INSS e o mais importante que dialogue com a VERDADE para categoria mesmo que nem sempre consiga contemplar seus anseios.
A sinceridade, a transparência e a honestidade devem ser os princípios norteadores deste novo instrumento que vai surgir e com certeza será bem recebido pelos trabalhadores (as) do INSS.