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A VIOLÊNCIA NOSSA DE CADA DIA
A VIOLÊNCIA NOSSA DE CADA DIA
09/09/2009
•Julia Nogueira
Os últimos acontecimentos ocorridos no dia 07 de agosto último, nas dependências do Carrefour e registrado no 5º DP de Osasco/SP, em que o funcionário da USP, Januário Alves de Santana, sob a acusação de tentar roubar seu próprio carro e por ser negro, foi brutalmente agredido e submetido a sessão de tortura pelos seguranças do referido supermercado e posteriormente com a participação de um policial militar, nos leva a mais completa indignação . Esse acontecimento, nos revolta e nos força a refletir como ainda hoje, depois de termos em vigor uma lei que pune o crime de racismo com cadeia, estes ainda continuam a ocorrer com uma freqüência que nos assusta.
Tal acontecimento, nos leva a uma reflexão sobre como a indignação deve ser o motor principal a impulsionar nossas ações na luta cotidiana de combate às injustiças sociais e na necessidade de organização para se contrapor e impedir que outros casos, como esse e tantos outros, continuem ocorrendo.
Essa nossa ação deve e tem que ser ininterrupta até conseguirmos banir de nossa sociedade, toda e qualquer forma de preconceito. Essa lamentável e evitável tragédia, nos aponta da necessidade do esforço diário para exigir do Estado Brasileiro uma política eficaz de combate ao racismo e na implantação de ações concretas para promover de fato a igualdade racial.
O crime cometido contra Januário, é a prova real de que infelizmente nossa sociedade ainda padece da doença do preconceito e de que a proposta de DEMOCRACIA RACIAL É APENAS UM MITO.
No mundo do trabalho, infelizmente, o quadro do preconceito e da discriminação entre negros e brancos se repete, atestado pela diferença salarial e pelo assedio moral que muitas vezes muitos deles são submetidos.
A violência no Brasil, tem nome e cor, e as principais vítimas são as mulheres, os pobres e principalmente os negros. As estatísticas comprovam, a maioria da população carcerária no Brasil é composta de negros, assim como a maioria dos jovens que tombam vítimas da violência também são negros.
A Central Única dos Trabalhadores, é uma central plural que congrega em seu interior trabalhadores homens e mulheres, negros e brancos e combate toda e qualquer forma de discriminação, e se solidariza com o cidadão\trabalhador Januário e espera ,do governo do Estado de São Paulo ,uma rápida apuração dos fatos e a punição dos culpados, para que este não seja mais um caso, onde a impunidade prevalece.