Avançamos em nossas lutas na conquista de nossos direitos
Publicado: 22 Março, 2011 - 00h00
Terezinha de Jesus Aguiar - Vice- presidenta da CNTSS/CUT
O dia internacional da mulher surge na virada do século XX, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas já eram motivo de frequentes de protestos por parte dos trabalhadores.
Nesta luta dos trabalhadores, para a mulher tem seu marco em 1857, quando operárias de uma fábrica de tecidos, situado na cidade norte americana de Nova Iorque, ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro a fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano. È uma data marcada mundialmente.
No Brasil não foi diferente e durante muitos anos à mulher foi negado o direito político de votar e se candidatar. Somente em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, as mulheres conquistaram o direito do voto.
Também puderam se candidatar a cargos políticos. Nas eleições de 1933, a doutora Carlota Pereira de Queirós foi eleita, tornando-se a primeira mulher deputada federal brasileira. Entre 24 de agosto de 1982 e 15 de março de 1985, o Brasil teve a primeira mulher ministra. Foi Esther de Figueiredo Ferraz, ocupando a pasta da Educação e Cultura. Em 1989, ocorre a primeira candidatura de uma mulher para a presidência da República.
A candidata era Maria Pio de Abreu, do PN (Partido Nacional). Em 1995, Roseana Sarney tornou-se a primeira governadora, estado do Maranhão, mulher no Brasil. Em 31 de outubro de 2010, Dilma Rousseff (PT - Partido dos Trabalhadores) venceu as eleições presidenciais no segundo turno, tornando-se a primeira mulher presidente da República no Brasil.
Se neste breve histórico, podemos constatar os avanços que essa luta tem sido capaz de assegurar os direitos das mulheres, contudo, ainda a muito a ser feito tanto no âmbito da violência domestica, na discriminação do trabalho, especialmente no âmbito da valorização profissional, na inserção do poder decisório politico e econômico rumo a construção da cidadania real.
Por fim, destacamos a Lei Maria da Penha que tem assumido um instrumento de coibir e reprimir a violência contra a mulher ainda tão presente no nosso cotidiano rumo à construção de sua cidadania real.