Perseguição: Servidores na mira ideológica do governo Bolsonaro
Para entender a relação entre governo e funcionalismo público, ouça este episódio do podcast da Folha de S. Paulo, Café da Manhã
Publicado: 26 Agosto, 2020 - 13h07
Escrito por: SINDPREV-AL
A revelação de que o Ministério da Justiça monitorou um grupo de 579 servidores federais e estaduais de segurança identificados como integrantes do “movimento antifascismo” acendeu o alerta de perseguição ideológica pelo governo Bolsonaro.
Reportagem do UOL informou que a Seopi (Secretaria de Operações Integradas), subordinada ao ministro André Mendonça, produziu um dossiê com nomes e, em alguns casos, fotografias e endereços de redes sociais das pessoas monitoradas. O episódio resultou na troca do comando da secretaria e em manifestação da ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Antes do caso vir à tona, no começo de julho, uma nota técnica da CGU (Controladoria-Geral da União) alertou que servidores poderiam vir a ser alvo de processos disciplinares por opiniões publicadas na internet que repercutissem negativamente para a instituição em que trabalham.
Uma reportagem da Folha revelou que desde o começo do governo Bolsonaro, a CGU recebeu 680 denúncias de assédio moral apresentadas por funcionários públicos federais. Entre os casos, há relatos de perseguição ideológica colhidos pela repórter Raquel Lopes. Ela participa deste episódio. Para entender a relação entre governo e funcionalismo público, o programa ouviu também Maria Hermínia Tavares, professora titular aposentada de ciência política da USP, pesquisadora do Cebrap e colunista da Folha.