CNTSS/CUT: secretária de Comunicação participa da comemoração de 70 anos do DIEESE
Dirigente da Confederação e atual vice-presidenta do DIEESE, Maria Godoy de Faria destaca a contribuição e a excelência do Instituto e ressalta o compromisso histórico dos profissionais que o construíram.
Publicado: 17 Dezembro, 2025 - 09h53 | Última modificação: 17 Dezembro, 2025 - 10h12
Escrito por: Assessoria de Imprensa da CNTSS/CUT

Criado em 22 de dezembro de 1955, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) completa 70 anos, e o “Seminário Internacional Disputar a Renda, Reduzir Desigualdades” reúne lideranças sindicais para marcar o início da agenda de comemorações. A secretária de Comunicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT) e atual vice-presidenta do DIEESE, Maria Godoy de Faria, acompanhou a atividade realizada em São Paulo, nos dias 11 e 12. Com a participação de cerca de 300 pessoas, o Seminário teve sua abertura oficial realizada pela diretora-técnica do Instituto, Adriana Marcolino.
O primeiro dia de programação contou com mesas sobre “Tributação e distribuição de renda”, “Conferência: retomar os sentidos do trabalho, ampliar a renda” e “Renda como instrumento de superação de desigualdades de gênero, raça e território e promoção da segurança alimentar”. As atividades tiveram contribuições de pesquisadores do Brasil e da América Latina para debater as condicionantes estruturais que perpetuam as desigualdades. Evidenciou-se que mulheres, populações racializadas, trabalhadores pobres e territórios precarizados são os mais atingidos, assim como se observou que renda, proteção social, políticas públicas e participação social são fundamentais para o enfrentamento dessas desigualdades.
A manhã do segundo dia, 12/12, foi dedicada às discussões da mesa “Desafios para a valorização da renda do trabalho no Brasil”, que reuniu representantes das principais centrais sindicais e do governo. A vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Juvandia Moreira, falou em nome do campo cutista durante a abertura da mesa. Além do reconhecimento do importante papel do DIEESE na luta dos trabalhadores, a liderança fez uma avaliação dos avanços conquistados recentemente, mas destacou que ainda há um problema crônico de baixos índices salariais no país.
Para ela, são necessárias políticas de valorização social, mecanismos de fortalecimento das negociações coletivas e o estabelecimento de prioridades para a redução das desigualdades de renda e de gênero. “Nós tivemos um avanço com o presidente Lula, na formalização, com a menor taxa de desemprego, 5,4%. Tivemos aumento da renda, que também é algo importante. Mas nós temos um problema que precisamos resolver, porque, embora a gente tenha um salário médio de R$ 3.500, cerca de 70% dos trabalhadores ganham menos que isso”, salientou a dirigente.

Dirigente da CNTSS/CUT homenageia profissionais
Em sua participação na cerimônia, a secretária da Confederação reiterou o papel relevante que o DIEESE tem desenvolvido nessas sete décadas de existência, destacando, em especial, as pessoas que o construíram e o constroem desde então. Para a dirigente, o ato solene é um momento de valorização dessa história e de todo o seu processo de construção, assim como uma oportunidade para parabenizar todos os profissionais das mais diversas categorias que atuaram e atuam na entidade.
“Quero falar do DIEESE nas pessoas que constroem o DIEESE. São setenta anos de construção coletiva, a partir da decisão do movimento sindical para sua criação, em parceria com a academia. Esses atores tiveram a compreensão da importância de ter uma organização para realizar estudos e pesquisas que auxiliassem os sindicatos em suas lutas em defesa da classe trabalhadora. De lá para cá, o DIEESE foi sendo construído por essas pessoas, trabalhadores e companheiros”, cita a vice-presidenta do DIEESE.
A liderança reafirma a grandeza da entidade, com sua produção intelectual de qualidade e cada vez mais variada, sempre comprometida com a classe trabalhadora. Segundo a dirigente, o DIEESE se tornou um patrimônio nacional e uma marca irrefutável, construída a partir do compromisso e da idoneidade para realizar o papel a que se propôs. Lembrou que, nesse período, para além do movimento sindical, houve parcerias com os movimentos sociais.
“Compreendo a importância das parcerias com os movimentos sociais no desenvolvimento da pesquisa e na produção do DIEESE, sempre tendo como foco o olhar para o mundo do trabalho, a renda dos trabalhadores, a qualidade de vida e as intervenções voltadas a garantir os direitos sociais e as políticas públicas. Portanto, esses 70 anos são motivo de muito orgulho e de comemoração”, afirma.
Um pouco do DIEESE
A solenidade teve um momento de homenagem a Walter Barelli (1938/2019), economista, professor universitário e diretor-técnico do DIEESE entre 1966 e 1990, além de ministro do Trabalho (1992/1994), secretário do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo (1995/2002) e deputado federal (2003/2007). Foi destacado o papel decisivo que o economista teve nas transformações estruturais realizadas nas décadas de 1970 e 1980, bem como seu papel de resistência durante o período da ditadura.
A honraria foi recebida pela filha do economista, a jornalista Suzana Barelli. Na ocasião, tornou-se público que o auditório da Escola DIEESE de Ciências do Trabalho, idealizada pelo ex-diretor-técnico, receberá o nome de Walter Barelli, em reconhecimento ao seu papel na consolidação da instituição e ao seu compromisso com a classe trabalhadora. José Albertino Rodrigues, primeiro diretor-técnico, dará nome ao estúdio. Houve ainda uma homenagem especial a todos os ex-diretores-técnicos.

O DIEESE é uma entidade criada e mantida pelo movimento sindical brasileiro. Foi fundado em 1955, com o objetivo de desenvolver pesquisas que subsidiassem as demandas dos trabalhadores. Sindicatos, federações, confederações de trabalhadores e centrais sindicais são filiados e fazem parte da direção da entidade.
Ao longo de mais de 70 anos de história, conquistou credibilidade e reconhecimento nacional e internacional como instituição que desenvolve pesquisa, assessoria e educação voltadas aos dirigentes e assessores das entidades sindicais e aos trabalhadores. Graças a um trabalho que beneficia toda a sociedade, é reconhecido como instituição de utilidade pública.
Desde sua fundação, realiza pesquisas que disponibilizam informações sobre salários, custo de vida, mercado de trabalho, perfis de categorias profissionais e de setores, greves, perfil socioeconômico dos trabalhadores, acordos e convenções coletivas, entre outros. Alguns desses levantamentos são regulares, enquanto outros são especiais, desenvolvidos por demanda de entidades sindicais ou parceiras.
O DIEESE oferece, por meio da Escola DIEESE de Ciências do Trabalho, um amplo catálogo de cursos sobre questões da economia, da negociação coletiva, do mundo do trabalho e da ação sindical. Entre os cursos, destacam-se matemática sindical, planejamento de campanha salarial, negociação e finanças públicas, reestruturação produtiva e setorial, PLR, jornada de trabalho, saúde, trabalho, gênero, raça, entre inúmeros outros assuntos.
O DIEESE possui 17 escritórios regionais, cerca de 50 subseções (unidades dentro de entidades sindicais) e, atualmente, dois observatórios do trabalho (divisões que funcionam dentro de prefeituras e governos estaduais para subsidiar o poder público com pesquisas e análises). A primeira subseção do DIEESE foi aberta no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo.
José Carlos Araújo
Assessoria de Imprensa da CNTSS/CUT
Com informações: CUT e DIEESE