Escrito por Luiz Carvalho
A Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT promoveu durante esta sexta-feira (26), na região central de São Paulo, o segundo e último dia da oficina de planejamento.
Maria Júlia Nogueira ao lado da Ministra Nilcéa Freire
Após os debates que ocorreram nessa quinta (25), com a presença de lideranças e secretários estaduais cutistas, parlamentares e do ministro da Secretaria Especial de Igualdade Racial, Edson Santos (clique aqui para ler), os trabalhadores e as trabalhadoras apresentaram o resultado das discussões em grupo.
A primeira batalha a ser travada é a defesa da lei de cotas, especialmente entre os dias 3 e 5 de março, quando o Supremo Tribunal Federal realiza audiência Pública sobre a constitucionalidade de políticas de ação afirmativa de acesso ao ensino superior.
O tema foi destacado pela ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, que fez uma breve participação no evento. “Essa votação vai dizer muito sobre o futuro da nossa luta. O reconhecimento das ações afirmativas não são apenas direitos, mas também o símbolo da reparação da discriminação”, afirmou.
Para o início de abril, a Secretaria de Combate ao Racismo da CUT prevê a realização de um seminário com o objetivo de difundir a história da África, discutir o Estatuto da Igualdade Racial - aprovado na Câmara e aguardando votação no Senado -, a convenção 111 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que trata da discriminação em matéria de emprego, e cláusulas que devem estar presentes nas campanhas salariais dos sindicatos da Central.
Também está entre as prioridades o lançamento, ainda no primeiro semestre, de uma campanha de conscientização de combate ao racismo dentro e fora dos sindicatos.
“O mais importante desses dois dias foi a participação e disposição dos secretários estaduais e dos ramos em apresentar propostas para dar visibilidade à nossa luta. Nossas prioridades agora são lutar pelas cotas, criar condições para que os trabalhadores participem do Congresso de Pesquisadores Negros - em julho, no Rio de Janeiro -, fortalecer nossos cursos de formação, potencializando as questões de raça e gênero, e cobrar o cumprimento da lei 10.639, que torna obrigatório o ensino da História da África e da cultura afro-brasileira no ensino fundamental das escolas públicas e privadas”, avaliou Maria Júlia Nogueira, Secretária Nacional de Combate ao Racismo da CUT.
Foto - Maria Júlia Nogueira ao lado da Ministra Nilcéa Freire