Escrito por Leonardo Severo
Felício e Dulci debateram conjuntura
O secretário de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Antonio Felicio, e o ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, foram os debatedores nesta quinta-feira (3) da mesa de conjuntura do 5º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), que está sendo realizado no Hotel Caesar Park, em Guarulhos.
Na intervenção dos dois professores, um dirigente da Central outro do governo, ambos lideranças históricas da categoria e do sindicalismo cutista, a convicção de que o momento é propício para avançar com a unidade e a mobilização da classe trabalhadora, expressa na manifestação que reuniu mais de 25 mil lideranças nesta semana no Estádio do Pacaembu, em São Paulo.
João Felício destacou que “muito diferente” do período neoliberal de FHC, Serra e companhia, onde só se falava em privatização, arrocho e desemprego, o momento é de afirmação de uma agenda propositiva, para fortalecer direitos e ampliar conquistas. “Nestas eleições presidenciais nos enfrentaremos à tentativa dos tucanos de impor novamente uma hegemonia neoliberal, que já vimos no que deu quando sugavam o Estado para socorrer bancos falidos, deixando a conta para a classe trabalhadora. Aliás, este está sendo exatamente o procedimento dos governos europeus de direita que criaram a crise e estamos vendo o resultado: mais arrocho, menos emprego e direitos”, declarou.
De acordo com João Felício, o que está ocorrendo no Brasil é um fato inédito em sua história, com a afirmação de uma concepção de Estado pujante e ao mesmo tempo altamente democrático, que faz frente à crise internacional com base no crescimento do mercado interno, impulsionado pelo papel dos bancos públicos como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o próprio BNDES, criando os investimentos necessários à sua infraestrutura. “Se o governo não tivesse adotado ações de controle do sistema financeiro, enfrentando a libertinagem de que gozam os bancos nos Estados Unidos, por exemplo, o Brasil seria mais uma vítima da ganância e acabaria sucateado. A lição que fica é que o Estado não pode ser espectador, como fizeram os tucanos, olhando tudo de binóculo, aguardando que o ‘mercado’ encontre alternativa. O Estado tem que atuar”, ressaltou.