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Congresso da CSI discute o futuro dos trabalhadores frente à crise econômica mundial

22/11/2022

CUT participa do 5° Congresso da Confederação Sindical Internacional (CSI), realizado na Austrália. Entre os temas, a transição energética justa, com proteção social também debatido na COP27

Escrito por: CUT

 

Termina na terça-feira (22), o 5° Congresso Mundial da Confederação Sindical Internacional (CSI), realizado em Melbourne, Austrália. Dirigentes da CUT, junto com outros cerca de mil sindicalistas de mais de 130 países, participam do evento que, nesta edição, debate impactos globais no mundo do trabalho como o avanço da tecnologia e as relações de trabalhistas, além de questões climáticas. O Congresso da CSI também elegerá a nova diretoria da entidade para os próximos quatro anos.

 

O centro das discussões do evento está no futuro do planeta frente às condições econômicas. “O mundo está à beira de uma crise econômica histórica com resultados desastrosos para os trabalhadores em todas as regiões, a menos que os governos implementem urgentemente um novo contrato social”, afirmaram os delegados sindicais no Congresso.

 

Para Sharan Burrow, secretária-geral da CSI, no atual contexto mundial, muitos líderes políticos e instituições “simplesmente não parecem entender que a vulnerabilidade de muitas economias nunca foi tão grande”.

 

Ainda na abertura do evento, Burrow citou que estas organizações estão “decepcionando os trabalhadores e se curvando para resultados macroeconômicos 'ortodoxos', comprovados repetidamente apenas para aprofundar as desigualdades globais e destruir vidas e perspectivas em todo o mundo”.

 

Por isso, ela apontou, é necessário um novo modelo econômico de negócios, baseado no pleno emprego, no trabalho decente e no desenvolvimento compartilhado. “Um novo contrato social com prosperidade compartilhada e transições justas que ajudarão a estabilizar comunidades e economias, gerando segurança de coexistência que aborda a pobreza e a exclusão”, disse a dirigente, citando ainda a criação de empregos de ‘alta qualidade’.

 

Delegação da CUT

 

A delegação da CUT, formada pelos dirigentes Antônio Lisboa (Secretário Relações Internacionais), Ariovaldo de Camargo (Secretário de Administração  e Finanças), Rosana Fernandes (Secretária-Adjunta de Combate ao Racismo), Rosane Bertotti (Secretária de Formação), Juneia Batista (Secretária da Mulher Trabalhadora), Daniel Gaio (Secretário do Meio-Ambiente), Milton dos Santos Resende (Secretário-Adjunto de Mobilização), Cristiana Paiva Gomes (Secretária da Juventude) e Ismael Cesar (Diretor Executivo), marcou presença nos mais diversos fóruns temáticos realizados durante o evento.

 

Um desses fóruns discutiu a garantia de direitos a trabalhadores e trabalhadoras de plataformas digitais com a participação de Antônio Lisboa. A CUT, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), é autora da pesquisa Condições de Direitos e Diálogo Social para Trabalhadoras e Trabalhadores do Setor de Entrega por Aplicativo em Brasília e Recife.

 

Realizada por pesquisadores do Instituto Observatório Social, da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a pesquisa fez um raio-x das condições de trabalho dos entregadores por aplicativos.

 

Transição energética

 

A transição energética justa, que possibilite ao planeta frear as emissões de gases de efeito estufa e, consequentemente possa limitar o aquecimento global também foi tema dos debates do 5° Congresso da CSI. Manutenção de empregos e proteção social aos trabalhadores já haviam sido temas levados pela CUT à 27ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP27), realizada no Egito até este domingo, 18 de novembro.

 

Daniel Gaio, que participou dos dois eventos, falou sobre o Brasil no Congresso da CSI afirmando que, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil voltou às negociações do clima na COP27, com papel de protagonista.  O dirigente ainda afirmou que a transição energética justa é fundamental no Brasil. “Queremos fazer mais investimentos na energia eólica e hidroelétrica”, pontou.

 

Os debates sobre o clima no Congresso da CSI tiveram como ponto de partida o aquecimento global e seus efeitos na vida dos trabalhadores. “O que acontecerá com o mundo com 1,5°C de aquecimento? Mais de 2,3 bilhões de pessoas podem ser expostas a graves eventos de ondas de calor e cerca de 80 milhões de empregos em tempo integral podem ser perdidos. As perdas econômicas podem render US$ 2,3 trilhões”, diz trecho de artigo publicado pela entidade nas redes sociais, como base para os debates e para cobrar a transição justa.

 

Ainda no Congresso a CUT participou de outros debates que envolveram as condições de trabalho das mulheres e do trabalho para a juventude.

 

 

André Accarini |  Marize Muniz

 

 

 

Fonte: https://bit.ly/3VflybY

 

 

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