CNTSS > LISTAR NOTÍCIAS > DESTAQUES > SINDSAÚDE SP REALIZA ATO NO CENTRO HOSPITALAR DE SOROCABA POR MELHORES CONDIÇÕES DE SEGURANÇA NO COMBATE AO CONVID-19 E PARA DISCUTIR PAUTA SALARIAL
28/05/2020
Nem a manhã fria desta quinta-feira, 28 de maio, em Sorocaba, impediu os trabalhadores da saúde estadual de participarem de ato em defesa de seus direitos. A manifestação realizada pelo Sindsaúde SP - Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de São Paulo, entidade filiada à CNTSS/CUT – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social, reuniu dirigentes e trabalhadores na porta de entrada do Complexo Hospitalar de Sorocaba para cobrar melhorias nas condições de trabalho, melhores salários, manifestar o repúdio à proposta de corte no adicional de insalubridade e cobrar mais investimentos no SUS – Sistema Único de Saúde. São pautas que o sindicato tem também levado para discussão junto à Secretaria Estadual de Saúde.
Com todos os cuidados necessários neste momento de pandemia do novo coronavírus (Covid-19) para preservação da segurança dos trabalhadores, o Sindsaúde SP chamou este ato para denunciar para a sociedade e cobrar do governo do estado melhorias nas condições de trabalho neste período da crise sanitária em que os servidores da saúde estão mais expostos na linha de frente no combate ao novo coronavírus. Foi apresentado pelos dirigentes que ainda há problemas com referência aos EPIs – Equipamentos de Proteção Individual que não são disponibilizados na quantidade e qualidade adequadas para segurança dos trabalhadores. Há uma dificuldade muito grande junto ao governo do Estado de garantir a segurança dos trabalhadores e este tem sido um ponto que o sindicato tem atuado fortemente.
Há, segundo o sindicato, a falta de testagem destes profissionais e os casos de Covid-19 estão crescendo na região de Sorocaba, inclusive com a detecção do fenômeno da subnofiticação. Medidas simples como a instalação de barreiras sanitárias para aferir temperatura aos usuários dos equipamentos de saúde não têm sido realizadas na rede. Há um receio entre os dirigentes e os trabalhadores que a orientação do governador de levar pacientes com Covid-19 para tratamento nos hospitais do interior possa causar um dano ainda maior, pois as redes não estão preparadas para atender esta demanda. Para os dirigentes, há uma omissão muito grande por parte do estado sobre a manutenção da segurança dos trabalhadores. Tanto é que o sindicato está pela segunda vez em curto espaço de tempo fazendo um ato neste complexo hospitalar para que as reivindicações sejam efetivamente encaminhadas.
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Para o dirigente do Sindsaúde SP e também dirigente nacional da CNTSS/CUT, Benedito Augusto de Oliveira, o Benão, é incrível a omissão do Estado para a questão da segurança do trabalhador. “Nós temos batendo na tecla de questões como a testagem dos trabalhadores. É um absurdo não ocorrer. Estes EPIs não são condizentes com o tipo de risco que as pessoas estão expostas. Nós estamos aqui chamando a comunidade e a imprensa para dizer que não estamos fugindo da briga, pelo contrário, mas queremos o mínimo necessário de segurança e adequação para atuar junto ao leito daquele que está contaminado e sofrendo com esta pandemia. O sindicato não está omisso à realidade de Sorocaba, tanto que é o segundo ato que estamos fazendo,” destaca Benão.
O ato também chamou a atenção para a defesa do SUS e por mais investimentos. Agora neste momento de crise sanitária grande parte da sociedade está valorizando o SUS e seus trabalhadores. É fato que sem o SUS a crise do Covid-19 estaria ainda muito pior em todo o país. O Sindicato destacou a estratégia dos governos em privatizar os serviços de saúde e, assim, atacar também os processos de carreira do funcionalismo. Os dirigentes recordaram que a luta foi sempre para mostrar para os governos e a sociedade que o SUS não é uma mercadoria, mas, sim, uma política pública de Estado, que precisa de investimentos para garantir sua existência e suas políticas de atendimento a toda população.
Os dirigentes também deixaram claro que, apesar da situação de pandemia, o sindicato continua discutindo a questão salarial com o governo reivindicando o reajuste para a categoria. O Sindicato mantém sua campanha com o tema “Se é essencial, porque paga mal” como forma de ver valorizado os trabalhadores que sempre atuaram com profissionalismo e muitos agora estão na linha de frente do combate à expansão da pandemia. Em São Paulo, já são sete anos que os servidores da saúde não têm reajuste salarial o que leva a maioria desta categoria ter um rendimento mensal em torno de um salário mínimo estadual. Agora o governador Dória quer rever a concessão de insalubridade deste trabalhador. Sendo que este valor se refere a quase 40% do salário de muitos profissionais. Outra medida impensável tem a ver com a proposta de congelar por dois anos os salários de todo o funcionalismo público.
O ato contou também com as falas dos trabalhadores que puderam apresentar os principais problemas encontrados no cotidiano de seu trabalho. Os dirigentes defenderam a construção de uma agenda permanente de manifestações para divulgar tudo o que está acontecendo para que sejam tomadas as medidas necessárias para garantir mais segurança e condições de trabalho. De tudo o que foi exposto, será produzido um relatório para denunciar e registrar tudo o que está acontecendo na saúde pública de Sorocaba.
José Carlos Araújo
Assessoria de Imprensa da CNTSS/CUT
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