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CNTSS/CUT: sofrimento psíquico e falta de equipamentos e treinamento são preocupações do trabalhador da saúde levantadas em pesquisa da ISP

27/04/2020

Confederação é parceira da ISP na campanha "Trabalhadoras e Trabalhadores Protegidos Salvam Vidas"; resultados iniciais apontam precarização das redes de saúde que põe em risco os trabalhadores

Escrito por: Assessoria de Imprensa da CNTSS/CUT

 

 

Uma gama muito importante de informações está sendo obtida a partir dos questionários respondidos pelos trabalhadores dos serviços essenciais, principalmente os da área da saúde, que participam da campanha "Trabalhadoras e Trabalhadores Protegidos Salvam Vidas". Idealizada pela ISP - Internacional dos Serviços Públicos, organismo sindical internacional que representa 30 milhões de trabalhadores em todo o mundo, a campanha acontece em parceria com inúmeras entidades, entre elas a CNTSS/CUT - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social. A iniciativa, que está entre as estratégias adotadas pela Confederação para obtenção de dados que auxiliem na adoção de medidas em favor dos trabalhadores, vem sendo intensificada entre as suas entidades.

 

Lançada oficialmente no país em 31 de março, a campanha obteve dados que reiteram as denúncias realizadas pela Confederação a respeito da falta de equipamentos e treinamento adequados para os trabalhadores das redes de saúde. Situação presenciada por todo o país que coloca em risco a vida destes profissionais e compromete a qualidade do atendimento prestado à população. O acompanhamento desta questão está entre as medidas prioritárias adotadas pelas entidades da CNTSS/CUT que, inclusive, têm buscado na Justiça o cumprimento dos direitos dos trabalhadores estabelecidos nos protocolos de atendimento criados para este momento da pandemia do Covid-19. 

 

Além da tabulação semanal dos dados para acompanhar as alterações nas redes de saúde, a metodologia adotada prevê a realização de reuniões, também semanais, com as entidades participantes para traçar ações em defesa dos trabalhadores. Os relatórios iniciais demonstram que 1.794 trabalhadores de saúde e de demais área do serviço público responderam ao questionário virtual contido na página da Campanha durante o período de 27 de março a 21 de abril de 2020. Deste total, 1.017 foram questionários de São Paulo, 253 do Ceará, 88 do Rio de Janeiro, 71 de Santa Catarina, 67 de Minas Gerais, 53 do Rio Grande do Sul, 52 do Rio Grande do Norte, 46 no Paraná, os demais questionários foram diluídos nos demais Estados.

 

As respostas demonstram que em muitos locais de trabalho ainda se mantém a grave situação de falta de itens estabelecidos como EPIs – Equipamentos de Proteção Individual necessários para a preservação da vida dos trabalhadores e para um atendimento cada vez mais seguro à população. Os dados mostram que é mais comum a a aquisição de álcool gel, luvas, máscara e óculos. Além disto, as quantidades para troca e higienização são insuficientes para 62% dos profissionais que responderam o questionário. Ou seja, a precarização das condições de trabalho se confirma com a falta de alguns itens prioritários de segurança e a constatação que os que têm não são suficientes para troca constante, conforme preconiza os protocolos do Ministério da Saúde, assim como em alguns casos o que é adquirido não possui boa qualidade.

 

Outro dado diagnosticado na pesquisa diz respeito à falta de treinamento para atendimento da população nesta condição de pandemia e também para os cuidados pessoais destes profissionais tendo como referência os atuais padrões e protocolos definidos pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária para contenção do Covid-19. Neste quesito, a resposta foi negativa em 64% dos questionários. Este percentual avança para 80% quando se refere a treinamento para o atendimento da população. Uma situação bastante grave tendo em vista as especificidades do trabalho, os riscos de contaminação e o volume de atendimento que a cada dia se multiplica.

 

Outra informação bastante preocupante apontada nos questionários diz respeito ao sofrimento psíquico e de assédio moral a que estes trabalhadores estão sendo submetidos neste momento de combate à pandemia. 53% dos trabalhadores dizem que estão sendo vítimas de algum tipo de sofrimento, 45% acredita que não e 2% não quis responder. Sobre este tema, comentários espontâneos descritos nas respostas mencionam sofrimento por conta da execução de suas funções dentro de uma situação de extremo risco sem os equipamentos e quantidades adequados para evitar o contágio e por estarem lidando com situações muito complexas sem o treinamento adequado.

 

Perfil dos profissionais

 

Com referência ao perfil destes trabalhadores que participaram até agora da pesquisa, 87% são da saúde e 78% deste total são mulheres. Sobre a forma de vínculo empregatício, 54% são servidores públicos, 37% possuem carteira assinada, 3% sem vínculo, 3% em branco ou não definiram e 2% terceirizados. Entre as funções desenvolvidas, enfermeiros correspondem a 43% dos questionários, seguido de técnicos de enfermagem com 9%, agente comunitário com 7%, odontólogo com 6% e as demais funções variando em valores abaixo de 4%.

 

A idade média destes trabalhadores é de 41 anos, mantendo o limite etário entre 20 e 72 anos. Sobre a jornada de trabalho, 37% cumprem 8 horas, 27% cumprem 6 horas, o mesmo percentual para 12 horas de trabalho e 9% tem jornada de trabalho superior a 12 horas. Sobre o meio de transporte que usam para trabalhar as respostas apontaram os seguintes dados: 54% possui carro próprio, 19% utiliza transporte público, 13% vai a pé, 10% não definiu e 3% usa taxi, uber e outros aplicativos. Sobre hospedagem, 93% não têm acesso a este direito, 5% têm utilizado este direito e 2% não identificaram.

 

Sobre a campanha

 

Idealizada pela ISP para acontecer em âmbito mundial, a campanha ganhou uma versão nacional tendo como referência as características estruturais do país frente à pandemia do coronavírus e conta com a parceria de inúmeras entidades de trabalhadores que atuam nos serviços essenciais, como saúde, assistência social, educação, segurança pública, sistema prisional, judiciário, asseio e conservação, limpeza pública, coleta de resíduos sólidos, funerárias e cemitérios, água e saneamento, energia e também o setor de tributação. Atualmente o projeto expandiu sua aplicação e atinge também entidades não filiadas à ISP.

 

A proposta brasileira incluiu no escopo da campanha a coleta de informações por meio de um questionário online onde os trabalhadores da saúde e das demais áreas essenciais podem responder aos questionamentos feitos sobre suas reais condições de trabalho. Basta acessar o site da campanha para preencher o questionário ( trabalhadoresprotegidos.com.br ). Os dados obtidos, que são sigilosos e não há necessidade de identificação do profissional no momento de responder as perguntas, serão transformados em relatórios para facilitar o diagnóstico e as análises das entidades participantes com vistas a adoção de medidas.

 

 

Clique aqui e tenha acesso ao relatório:

 

 

José Carlos Araújo

Assessoria de Imprensa da CNTSS/CUT

 

 

 

 

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