CNTSS > LISTAR NOTÍCIAS > DESTAQUES > CUT: CONFIRA COMO FORAM OS ATOS CONTRA O CAOS NO INSS EM TODO PAÍS
17/02/2020
Em diversas capitais e cidades do interior do país representantes da CUT e demais centrais sindicais, confederações, federações, sindicatos e de diversos movimentos sociais foram às ruas na sexta-feira (14/02) em defesa do serviço público e dos servidores, em especial os do no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O protesto alertou a população sobre o caos no INSS, ressaltando que a culpa pela fila de espera para receber benefícios previdenciários é do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e seu ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes.
Quase 2 milhões de pessoas aguardam resposta do INSS aos seus pedidos de benéficos em todo o país. Enquanto isso, ao invés de promover concursos e convocar quem já foi aprovado, o governo Bolsonaro propõe contratar militares da reserva para realizar o atendimento que demanda mão de obra especializada.
Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o número de servidores efetivos do INSS caiu de 31.572 em 2014 para 25.618 em 2020. São 32% de trabalhadores e trabalhadoras a menos, sendo que a quantidade de requerimentos de benefícios cresceu quase o mesmo percentual.
Contra este desmonte, os sindicalistas protestaram na porta das sedes do INSS, conversaram com a população e planfetaram sobre a precarização dos serviços e dos servidores públicos nas ruas e dentro das agências do Instituto.
Confira como foram os atos em todo o Brasil:
Em Maceió, trabalhadores realizaram manifestação em frente à agência do INSS no município de Arapiraca, localizada no bairro Santa Edwiges. Em Maceió, na capital, e São Jose da Tapera, no Sertão também teve manifestações.
A presidenta da CUT Alagoas, Rilda Maria Alves, esteve em Arapiraca e ressaltou que a luta dos sindicados é para que a Previdência Social atenda a necessidade os trabalhadores, mas também dê condições aos servidores públicos que estão sobrecarregados com a alta demanda de processos para avaliação da aposentadoria.
Os baianos fizeram a mobilização contra o desmonte do INSS em frente a sede da agencia em Salvador, no bairro do Comércio.
No Paraná, o ato também foi de apoio aos petroleiros e petroleiras que estão em greve há 14 dias contra as privatizações e para reverter mais de mil demissões na Fafen, Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Araucária, no Paraná, que faz parte do Sistema Petrobras.
Na capital Goiânia, os representantes da CUT, centrais sindicais e de movimentos sociais esclareceram à população usuária do INSS que os trabalhadores e trabalhadoras da autarquia em todo o país são vítimas, e não responsáveis do processo de desmonte imposto ao Instituto pelo governo Bolsonaro.
“Os servidores no INSS enfrentam condições precárias de trabalho, jornadas extenuantes, por falta de investimento, de pessoal, de concursos, infraestrutura e tecnologia. Situação agravada pelas reformas e medidas do governo federal aprovadas no ano passado, em especial a que modificou a Previdência. Os trabalhadores e trabalhadoras no INSS merecem todo o respeito e solidariedade da população brasileira”, afirmam os sindicalistas em manifesto que circula na região.
Em São Luis, os sindicalistas entraram nas salas de espera de atendimento do INSS no Parque Bom Menino para dialogar com a população e explicar que além do crescimento contínuo devido ao crescimento populacional, ao envelhecimento da população, ao aumento de acidentes e doenças de trabalho, entre outros fatores, o aumento da procura pelos benefícios também foi devido à corrida para se aposentar antes da reforma da previdência entrar em vigor.
Dados do Dieese também mostram que, a relação entre servidores efetivos e o número de benefícios emitidos (pagos) em 2014 era de 851 e agora em novembro foi de 1.390.
“Diferente do que o governo sustenta esse indicador não é resultado de melhorias na produtividade, mas do aumento insustentável do ritmo de trabalho, com jornadas de 12 a 15 horas alimentadas pelo pagamento de bônus”, aponta relatório do Dieese.
Em Recife, além da mobilização em frente do INSS, os sindicalistas também panfletaram e dialogaram com a população sobre o desmonte do Instituto e da importância de defender os serviços e os servidores públicos para melhorar a qualidade de atendimento.
Representantes da CUT e centrais sindicais do Sul também protestaram, dialogaram com a população e panfletaram em frente à Previdência Social em Porto Alegre.
Sindicalistas de diversas entidades em Blumenau (Santa Catarina) participaram do ato público em frente a agência do INSS em defesa do serviço público, contra a militarização do INSS, em defesa do concurso público.
Também teve ato para protestar contra o caos no INSS em Joinville. Com caminhão de som, panfletos e bandeiras, trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias se reuniram em frente ao INSS para dialogar com quem passava pelo local.
Eles denunciaram o desmonte promovido pelo governo Bolsonaro, que tem gerado filas tanto nas agências quanto pela internet e prejudicado milhões de brasileiros que estão à espera da análise de pedidos de concessão de benefícios.
Só em Joinville são 235 mil requerimentos pendentes, sendo que desses 176 mil estão aguardando há mais de 45 dias. Nesses números não estão incluídos os pedidos de aposentadoria por idade, nem os auxílios-doença e os salários-maternidade.
As faixas e bandeiras denunciando o caos do INSS também foram levantadas na capital e no interior de São Paulo. Sindicalistas do ABC Paulista, de Sorocaba, Itapeva, Jundiaí, Osasco e Aparecida também dialogaram com a população, protestaram em defesa do serviço e servidores públicos e contra o desmonte do INSS. Em São Bernardo teve um abraço coletivo ao redor da agencia central da cidade.
SAIBA MAIS
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Em Presidente Prudente, durante ato em frente à agência do INSS, a coordenadora da subsede da CUT-SP na região, a servidora pública Ana Lúcia de Mattos Flores, entrevistou trabalhadores para falar sobre a situação em que estão vivendo.
“É um descaso com a população que sobrevive do benefício”, disse uma usuária Marisa, que sofreu acidente, está afastada do trabalho e que ficou duas horas na fila com a perícia agendada para o próximo mês.
“Antes era só ligar no 135 e marcava para vir direto receber o benefício”, alertou a dirigente sindical em frente a porta do INSS da cidade.
Na capital paulista, os presidentes da CUT e centrais protestaram no centro da cidade e fizeram uma caminhada até o viaduto Santa Ifigênia e a superintendência do INSS.
“É grave, e não está acontecendo só com o INSS”, afirma o presidente da CUT, Sérgio Nobre se referindo a precarização dos serviços públicos comandada por Bolsonaro e Guedes.
“Daqui a pouco o colapso vai ser no atendimento à saúde e no atendimento educação. A política de Bolsonaro e Paulo Guedes é de destruição de todos os serviços públicos que atende a população, em especial os mais pobres”, afirmou.
O tema do protesto construído por sindicatos em defesa do INSS em Sergipe foi: “Caos no INSS, filas! A Culpa é do governo e não do Trabalhador’. As lideranças sindicais da região também denunciaram o assalto que ocorreu nesta madrugada na agência da Avenida Ivo do Prado, que amanheceu sem os 12 monitores usados para o atendimento à população.
Senhores de idade, trabalhadoras, senhoras idosas que tinham o atendimento agendado para esta manhã não puderam entrar na agência, que permaneceu fechada até a chegada da Polícia para fazer a perícia.
O Coordenador-Geral do Sindicato dos Trabalhadores Previdenciários (SINDIPREV/SE), Joaquim Antônio conta que desde 2016 as agências do INSS estão desprotegidas e são vítimas de vários furtos na capital e principalmente no interior.
“Em todo o Brasil o INSS não tem contrato de segurança no tuno da noite nem câmeras de vigilância. O INSS está entregue aos ladrões, que roubam numa boa porque não temos nem câmera de vigilância nem vigilante noturno”, alerta Joaquim, que também é servidor do INSS.
“Comunicamos à gerência do INSS, aguardamos a polícia para fazer a perícia e denunciamos à imprensa local o resultado do descaso do governo federal com o INSS, pois nós funcionários e a população somos os principais prejudicados”, revelou.
Érica Aragão
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