CNTSS > LISTAR NOTÍCIAS > DESTAQUES > CARTA MANIFESTO DA CUT EM DEFESA DO SUS, DAS POLÍTICAS PÚBLICAS E DA DEMOCRACIA
04/08/2019
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) vem a público manifestar-se em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), a maior política pública de inclusão social entre os municípios, estados e regiões em curso no Brasil, construída a partir do pacto nacional livre, soberano e solidário, tendo o direito humano à vida norteador de toda sua ação, firmado como cláusula pétrea na Constituição Federal de 1988.
Segundo dados do IBGE, o Brasil possui uma população de 208,5 milhões de habitantes, no entanto, para 75% da população, o SUS é sua única garantia de assistência a saúde, ou seja, sem o SUS a população não terá nenhuma forma de acessar serviço de saúde, o que implica no agravando da doença e morte.
Desde sua institucionalização na Constituição de 1988, e sua regulamentação por meio da Lei 8080, em 1990, o SUS tem passado por inúmeros ataques que inviabilizam seu funcionamento e dificultam sua proposta de garantir uma assistência a saúde gratuita, equânime e integral a população. A gestão do SUS por governos que privilegiam a retirada de direitos priorizando a política de crescimento econômico em detrimento do fortalecimento da saúde como direito, favorecendo, dessa forma, a crescente participação dos planos de saúde na lógica da mercatilização e privatização da saúde, sendo vista assim o direito a saúde como mercadoria.
Na luta pela implementação do SUS, a sociedade brasileira empreendeu esforços para tornar real um modelo de assistência à saúde que traz em si um projeto de sociedade, um modelo de desenvolvimento com igualdade, integralidade e democratização do acesso aos serviços de saúde, articulando cuidados individuais e coletivos em toda dimensão da vida das pessoas, se configurando na maior política publica de inclusão social em curso no país.
A 16ª Conferencia Nacional de Saúde acontece num momento muito desafiador na história recente do Brasil, onde a disputa pelo direito a saúde e saúde como mercadoria se acentua e expondo sua face mais perversa, ou seja, o direito humano a vida não tem valor, mas preço.
O documento Orientador da 16ª CNS (8ª+8) expressa alguns dados sobre a grandeza do SUS e necessidade de sua defesa, como mais de 4,1 bilhões de tratamentos ambulatoriais ao ano; mais de 1,4 bilhão de consultas médicas ao ano; mais de 11,5 milhões de internações ao ano; Saúde da Família atinge a mais de 112 milhões habitantes, ou seja, mais da metade da população brasileira (56%) ao ano; 619 milhões de atendimentos realizados em mulheres no SUS ao ano; 2,7 milhões de partos realizados pelo Sistema Único de Saúde ao ano; mais de 27 mil transplantes ao ano; mais de 150 milhões de pessoas por ano atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU; mais de 250 mil agentes comunitários de saúde na quase totalidade de municípios.
Diante disso, a CUT, que sempre defendeu e lutou pela garantia e acesso da população e da classe trabalhadora a direitos que se configurem na melhoraria significativa das condições de vida e de trabalho, reafirma seu compromisso em defesa do SUS e suas políticas publicas, dentro dos princípios doutrinários da universalidade, da equidade, da integralidade e seus princípios organizativos da regionalização e hierarquização, descentralização e comando único e participação, contraria a uma oferta de assistência a saúde focados na mercantilização da vida, com atenção seletiva e excludente, tendo sua ação orientada:
Direção Executiva da CUT Nacional
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