CNTSS > LISTAR NOTÍCIAS > DESTAQUES > CUT NACIONAL LANÇA REVISTA "BASTA DE RACISMO NO TRABALHO E NA VIDA”
13/11/2014
Entre as manifestações do mês da consciência negra, a CUT – Central Única dos Trabalhadores lançou oficialmente na quarta-feira, 12 de novembro, a Revista “Basta de racismo no trabalho e na vida”. A publicação está entre as ações da Campanha permanente divulgada durante a 14ª Plenária Nacional da CUT. Com o mesmo nome da publicação, a campanha conta com a parceria dos Ramos metalúrgico, financeiro, comércio e serviços, educação, processamento de dados e da seguridade social.
A publicação traz uma linha editorial plural que vai desde a divulgação de lideranças históricas até temas atuais, como a entrevista feita com o goleiro Aranha, do Santos, que recentemente foi vítima de racismo durante uma partida de futebol. A revista surge com a proposta de ser um instrumento de formação e reflexão para o trabalho desenvolvimento de combate à discriminação e ao racismo. Mas o destaque fica mesmo sobre a importância da discussão no mundo do trabalho. O projeto da revista contou com apoio da Fundação Friedrich Ebert (FES).
Em seu texto publicado como editorial da revista, a secretária Nacional de Combate ao Racismo da CUT, Maria Júlia Reis Nogueira, inicia com a alusão à década dos afrodescentes, que terá início em 1º de janeiro de 2015 e que vem como resposta às demandas apresentadas na 3ª Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação, a Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, realizada em 2011, em Durban, África do Sul.
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Em entrevista concedida, a secretária afirma que a luta contra a discriminação e o racismo deve ser cotidiana e acontecer em todos os espaços da vida. “Nós entendemos que esta é uma luta que deve ser travada diariamente. A campanha “Basta de racismo no trabalho e na vida” deve ser permanente e assumida por todos os Sindicatos, todas as CUTs e todos os Ramos e, acima de tudo, por todos os trabalhadores e trabalhadoras em seus locais de trabalho,” destaca Júlia Nogueira.
A secretária menciona ainda que a CUT tem dado um bom exemplo de boas práticas no combate ao racismo. “Desde a sua formação a CUT demonstrou a sua preocupação com este tema. Criamos a Comissão Nacional, o Coletivo Nacional e, em 2009, criamos uma Secretaria de Combate ao Racismo. E hoje a secretaria tem espaço em todas a entidades e Ramos da Central,” conclui.
Esta preocupação da CUT mencionada pela secretária é reafirmada pelo presidente da Central, Vagner Freitas. Durante sua fala no lançamento da publicação ele reitera o compromisso da Central com a luta contra a discriminação e o preconceito racial. “O Brasil ainda é um país racista, preconceituoso, desigual e injusto com as minorias. Nós termos que fazer muito mais do que fizemos até agora para pagar esta dívida que o Brasil tem com a raça negra, os indígenas e outras mais que sofreram preconceito,” menciona o presidente.
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Sobre a revista, Freitas destaca que é um instrumento para discutir com a sociedade e que não pode ficar só no campo sindical. “Acho que estamos fazendo um trabalho bem importante, mas ainda é muito menos do que precisamos realizar. Precisamos aprofundar este debate. Se não colocar nas minutas das campanhas salariais que têm que fazer um “x” de contratação de trabalhadores negros e negras não adianta fazer a campanha com a revista. Nós temos que fazer uma discussão que vai além do aumento salarial, da qualidade de vida trabalho, do não ao desemprego, temos que dizer para as empresas que elas têm que contratar negros e negras. Temos que fazer campanhas para discutir toda esta situação,” comenta Freitas.
Como uma das entidades parceiras neste projeto, a CNTSS/CUT fez parte da mesa de abertura. A Confederação foi representada por seu secretário de Combate ao Racismo, Robson de Góes. Na ocasião, destacou os trabalhos que vem sendo realizados desde o ano passado, quando foi criada a pasta de combate ao racismo. “Além de apoiar esta importante campanha da CUT Nacional, a Confederação tem atuado mais intensamente na comissão que discute a saúde da população negra, do Ministério da Saúde. Nós procuramos levar este debate para as entidades filiadas à CNTSS/CUT,” afirma.
Robson de Góes aproveitou a oportunidade para anunciar que a CNTSS/CUT passou a fazer parte da direção do INSPIR - Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial. A escolha da nova direção aconteceu em 11 de novembro, durante seminário realizado na cidade de São Paulo. “Este será, sem dúvida alguma, um grande desafio ao mesmo tempo em que é muito gratificante,” finaliza o secretário.
José Carlos Araújo
Assessoria de Imprensa da CNTSS/CUT
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