•Terezinha de Jesus Aguiar
A greve é um instrumento importante e poderoso, se bem utilizado é capaz de impor derrotas aos Governos e patrões, trazendo vitórias aos trabalhadores. Neste sentido, a experiência recente da Greve deflagrada no Seguro Social - INSS teve serias consequências para os servidores, e merece uma reflexão por parte de dirigentes e servidores.
Esta Greve, que teve como palco a jornada de 30hs semanais, conquista histórica dos previdenciários desde 84, chegou a seu fim de forma triste e sem nenhum tipo de ganho, mas sim, com prejuízo do código 28, o desconto dos dias parados e multas pesadas para as entidades ou seja, saímos pior do que quando entramos. Vale destacar que a clausula 4º do Grupo de Trabalho assinado em 2008 foi porque não houve acordo quanto a jornada de trabalho.
A CNTSS/CUT avaliou que tudo isso, além de dolorido para os servidores do INSS foi também desastroso. Saímos pior do que quando entramos na Greve, ou seja, não garantimos às 30h e os trabalhadores foram penalizados com código 28 e salários cortados. Graças a intervenção da Cntss e da Cut, os descontos serão descontados em várias parcelas, garantindo que o trabalhador receba seu salário e possa dar conta de suas obrigações .
Durante todo o processo, os servidores ficaram num fogo cruzado de disputas de informações e jurídicas. Tudo isso foi muito confuso para aqueles que estavam nos locais de trabalho. Além do que, a greve não teve repercussão nem local e muito menos nacional. As informações veiculadas não batiam com a realidade dos que estavam nos postos de atendimento.
Naquele momento critico, quando o movimento sofria ataques, à abertura de negociação, a CNTSSCUT encaminhou no dia 19 de junho ao Ministério do Planejamento e Previdência Social a solicitação de instalação do GT do Seguro Social, como determinava o Termo de Acordo assinado MPOG, INSS, MPS e a FENASPS e CNTSSCUT.
Esta negociação teve a participação decisiva do presidente da CUT Nacional, Arthur Henrique, que intermediou o diálogo com o Ministro da Previdência Social, com o Presidente do INSS, com o Secretario Executivo do MPS que, oficialmente ,se comprometeu instalar o GT que discutiria a Jornada de Trabalho e GDASS. De posse deste documento poderíamos ter suspendido a Greve naquele momento.
A CNTSSCUT chamou os companheiros da FENASPS, e eles avaliaram que a GREVE era forte o suficiente para arrancar do Governo mais do que o comprometido, e que vinham ganhando todas as demandas judiciais, a negociação dos dias parados e a revogação da imediata da Resolução INSS/65/2009. A posição da FENASPS foi de não aceitar o diálogo e de continuar com a GREVE.
Essa posição merece uma reflexão com muita responsabilidade e ética. A verdade é que a GREVE que poderia ter acabado no dia 23 de junho, caso todas as Entidades nacionais tivessem agido como verdadeiros representantes dos servidores e não como manipuladores dos interesses ou projetos políticos próprios.
•1ª Secretária -SINTFESP-GO/TO