O governo do Estado dá mais uma demonstração de autoritarismo no trato com os educadores da rede estadual de ensino. A crítica foi disparada pela deputada Maria Lúcia Prandi (PT), do alto da tribuna da Assembleia Legislativa, na reabertura dos trabalhos do Parlamento paulista nesta segunda-feira, 3/7. Presidente da Comissão Permanente de Educação, Prandi comentou a proposta do Poder Executivo de criar uma prova que irá nortear os reajustes salariais para o magistério.
"Mais uma vez, o Estado age com autoritarismo ao não discutir a proposta com a categoria. Há 14 anos é assim, educadores e educandos usados como cobaias para os experimentos dos governos tucanos, que perpetuam um crime de lesa-geração", enfatiza a deputada Prandi, que vai convocar as entidades representativas do magistério para discutir o projeto do governo na Comissão de Educação. Segundo a parlamentar, o Estado mascara a falta de uma política educacional consistente com um novo factóide.
"É lamentável o nível de desvalorização dos educadores pelo governo do Estado. Não há uma política salarial, tampouco um plano de carreira. Após a política de bônus, agora surge esta nova invenção, que vai criar abismos salariais dentro do magistério, à medida que somente 20% terão acesso ao "reajuste". Enquanto isso, aposentados e pensionistas, por exemplo, continuam segregados", acrescenta a deputada, defendendo que a comunidade educacional seja ouvida na definição da política estadual para o setor.