O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, visitou nesta segunda-feira (11/01) duas empresas do ABC para conhecer o modelo de organização adotado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O objetivo é estudar a experiência adotada há 30 anos na região para que o Estado possa criar meios de mediação semelhantes em todo o País
“O modelo de diálogo e mediação adotado aqui no ABC é uma referência para o País, assim como as condições de trabalho e os salários”, afirma o ministro. “Temos alguns problemas legais em algumas negociações feitas pelos sindicatos. Queremos encontrar um tipo de mediação que de legalidade aos avanços e acordos estabelecidos, uma vez que legitimidade eles já têm”, completa Lupi. “Ainda não sabemos se criaremos um programa, mas podemos adotar este modelo e levá-lo para todo o País”, completa.
As duas empresas visitadas pela comitiva federal foram a IGPE, em Diadema, e a Mercedes-Benz, em São Bernardo. “Esta foi a maneira encontrada para mostrarmos que o modelo adotado por nós funciona bem tanto com uma empresa de porte pequeno quanto com uma multinacional”, destaca o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre. Segundo ele, a experiência de sucesso adotada por indústrias da região poderá contribuir para o movimento sindical brasileiro e a estimular a negociação coletiva no Brasil.
As primeiras comissões de fábrica foram criadas na Ford e na Volkswagen, plantas de São Bernardo, há 30 anos. Atualmente, os Comitês Sindicais de Empresa atuam com sucesso em 90 empresas da base dos metalúrgicos do ABC, onde trabalham mais de 80% dos quase 100 mil metalúrgicos da base.
“Este sindicato tem um histórico de inovações e temos tido o conhecimento que no ABC as negociações com relação à participação nos lucros tem se desenvolvido muito como parte deste relacionamento entre os empresários e os trabalhadores. Em anos difíceis, como 2009, é algo muito importante e significa que o diálogo refletiu em bons resultados”, completou o senador Eduardo Suplicy.
Emprego
Ainda nesta segunda-feira o ministro se disse otimista com relação à geração de empregos no ano. “Penso que 2010 vai ser o melhor ano para o governo Lula neste sentido”, disse, acrescentando que a estimativa é que cerca de dois milhões de empregos formais serão criados.
Entre os motivos para a projeção estão as boas condições do mercado interno, a recuperação do externo e o aumento do salário mínimo. Os setores que deverão puxar o bom desempenho são os de serviços, de construção civil - influenciado pelo programa habitacional Minha Casa Minha Vida -, indústria metalúrgica e comércio agrícola.
“São Paulo continua sendo o grande responsável pela geração do emprego. O Estado representa cerca de 30 a 35% do total de emprego formal, mas o nordeste tem crescido acima da média, então poderá ser a segunda maior geradora de emprega neste ano, ultrapassando o Sul”, finalizou o ministro.