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09/02/2023
Análise do Dieese traz uma visão geral sobre o emprego dos Profissionais da Enfermagem no Brasil e da implantação do Piso Salarial Nacional para os Profissionais da Enfermagem. O Estudo foi encomendado pela Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) e Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde (CNTS).
Panorama geral do emprego da enfermagem
Na comparação com 2010, o emprego da enfermagem cresceu no setor público 48,6%, com média anual de 4%. No setor privado, o aumento foi 5,2% e a média anual 0,5%.
A participação do emprego da enfermagem no total de empregos do setor público foi de 10,9%, sendo de 6,4% municipal, 4,4% estadual e 2,2% federal.
Nas atividades de saúde no setor privado, a Enfermagem representou 28,2% dos empregos nas empresas privadas, e 41,2% dos empregos nas entidades sem fins lucrativos.
A participação do pessoal da enfermagem na massa salarial mensal total da administração pública e saúde privada foi de 7,8%, inferior aos 10,9% verificados em relação ao total de empregos.
Segundo os analistas do Dieese, os dados sugerem uma alta demanda pelos profissionais da enfermagem e refletem a pujança econômica do setor de Saúde.
Empregabilidade da Enfermagem
Apesar da alta rotatividade, o saldo de empregos CLT na Enfermagem é positivo no período recente. Foram 538,5 mil admissões e 471,5 mil desligamentos. A ampliação do número de vínculos foi de 67 mil entre janeiro de 2021 e agosto de 2022.
Os desligamentos decorrentes da morte do trabalhador foram 1.185 em 2021 e 649 até agosto de 2022, totalizando 1,834 desligamentos por morte de trabalhadores da Enfermagem contratados por CLT.
Trabalhadores se demitem
Os desligamentos a pedido do trabalhador foram quase a metade, 48% em 2021 e 45% em 2022. Esses indicadores sinalizam que um contingente enorme de profissionais está preferindo pedir demissão a se submeter às condições oferecidas: os salários estão aquém do necessário para atrair e reter os trabalhadores nos empregos.
Perfil da categoria da enfermagem
Salários –A categoria é composta por 85% de mulheres. A média é a mesma entre Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem.
A remuneração das mulheres é menor que a dos homens, chegando a 7,2% para Técnicas de Enfermagem. Entre Auxiliares de Enfermagem, elas recebem 5,3% menos do que os homens.
Raça/cor –Enfermeiros pardos e pretos recebem 15% e 6% a menos do que os brancos, respectivamente. Para técnicos de enfermagem, a remuneração média dos pardos é 19% inferior, enquanto a dos pretos é 7% menor.
Faixa etária –Entre os profissionais da Enfermagem, 65,2% possui de 30 a 49 anos e tem salário médio próximo a R$ 3,4 mil. A remuneração média dos trabalhadores entre 18 a 24 anos, e de 25 a 29 anos, era menor do que os valores dos Pisos Salariais da Enfermagem fixados na legislação aprovada (R$ 4.750,00 para Enfermeiros; R$ 3.325,00 para Técnicos; e R$ 2.375,00 para Auxiliares).
Enfermeiros e Auxiliares têm remuneração média maior que o Piso no caso de profissionais acima de 30 anos. Entre os Técnicos, as remunerações médias eram mais defasadas e apresentavam menor evolução de acordo com a faixa etária do trabalhador.
Escolaridade –A totalidade dos Enfermeiros possui, no mínimo, nível superior completo e 2%, mestrado ou doutorado. Entre Técnicos de Enfermagem, 87% (570 mil profissionais) possui o ensino médio completo.
Tempo de Serviço – Dos profissionais da Enfermagem empregados formalmente no mercado de trabalho, pouco mais de um quinto (23,2%) possuía tempo no emprego de até um ano, e, cumulativamente, 43% dos empregados estavam a menos de três anos no mesmo emprego, o que indica uma alta rotatividade do trabalho no setor.
Jornada de trabalho –Decorrência dos baixos salários, os profissionais da Enfermagem têm mais de um vínculo de emprego.
Considerando apenas os vínculos de emprego formal e, portanto, registrados na RAIS, há mais de 133,7 mil trabalhadores da Enfermagem com mais de um vínculo de emprego. Em termos relativos, o total de trabalhadores com mais de um emprego corresponde a 12% do total de 1.016.479 trabalhadores que ocupam os 1.157.034 vínculos de emprego ativos em 31 de dezembro de 2020.
Fonte: https://bit.ly/3EJBai6
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