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Simesp se posiciona sobre entrevista do secretário municipal de Saúde

27/01/2022

Administração não dá satisfação decente aos profissionais de saúde que estão se desdobrando para atender à população na linha de frente

Escrito por: Simesp

 

Resposta do Simesp ao Secretário Municipal de Saúde Edson Aparecido

 

É com muita surpresa que o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e todos os profissionais da atenção básica da cidade recebemos a entrevista do secretário municipal de saúde Edson Aparecido ao UOL. Ele repetiu o que fizeram durante toda a pandemia: primeiro conversam com a mídia e não dão nenhuma satisfação decente aos profissionais de saúde que estão se desdobrando para atender à população na linha de frente.

 

Precisamos desmentir as declarações:

 

O Sindicato e os profissionais de saúde da Atenção Primária não ameaçaram greve 8 vezes durante a pandemia. Aprovamos uma paralisação de 24h para o dia 19/01 numa assembleia com 150 médicos após a falta de diálogo e resolutividade da Prefeitura e das Organizações Sociais de Saúde (OSS) frente às nossas demandas. Tentamos ser ouvidos diversas vezes antes de anunciar a paralisação, porque continuamos a ser responsáveis com a população do município e queremos o melhor para ela.

 

O secretário se esqueceu de dizer que a mesa técnica sobre Covid era sempre adiada ou remarcada e que foi extinta pela Secretaria Municipal de Saúde de forma unilateral. Nossas demandas e questionamentos nunca foram escutados ou acatados nesse espaço.

 

O secretário diz que já foram contratados mais profissionais para a linha de frente e que já foi aprovado o pagamento de horas extras. Porém, se isso for verdade, é preciso que a Prefeitura assuma sua responsabilidade e fiscalize as OSS que devem executar esse serviço, ou que execute ela mesma. Até agora, diversas organizações não estão pagando as horas extras e, principalmente, NÃO contrataram profissionais para o enfrentamento da pandemia, além de assediar trabalhadores e cobrar que trabalhem como máquinas, e não como pessoas.

 

O secretário diz que já repôs os medicamentos, porém, novamente, a população continua sem itens básicos: dipirona, ibuprofeno, antibióticos e muitas outras medicações. Assim como a população, nós temos a clareza de que existe uma diferença entre os discursos e as ações concretas da Prefeitura. Por isso, nossa movimentação não se contenta mais com as muitas promessas que recebemos nas últimas semanas e meses por parte das gerências das unidades, das OSS e da Prefeitura. Não nos contentaremos só com promessas de mais profissionais e de recursos, queremos eles e queremos já! Só aceitaremos essa possibilidade! A população está sofrendo muito para ser atendida, assim como os profissionais de saúde para conseguir atender essas pessoas. Não dá mais pra esperar!!

 

Diversas Unidades Básicas de Saúde (UBS) não têm condições de infraestrutura para atender tantos casos de sintomáticos respiratórios. Filas longas, aglomerações e pessoas esperando na chuva, essa é a realidade das tendas de diversas UBS. Além de contratar mais profissionais, o mínimo que a Prefeitura e as OSS devem fazer é estruturar gripários com condições adequadas para a população ser bem atendida.

 

No mais, não adianta o Sr. Edson distorcer a situação para a mídia e taxar a nós, profissionais da saúde, como pessoas mentirosas e que não querem o diálogo. Agora optamos  por paralisar porque estamos há mais de 2 anos na linha de frente de combate a pandemia adoecendo, dando o nosso melhor e sem sermos ouvidas e ouvidos. Queremos o melhor para a população, não achamos justo a situação a que estamos submetidos. Para oferecermos um serviço de qualidade é preciso que tenhamos condições mínimas de trabalho e mais profissionais para fazer esse atendimento.

 

A primeira questão demandada pela Assembleia para caminharmos para a solução da situação é o diálogo. Temos esperança de realizar uma reunião com o Sr. Edson na segunda-feira, dia 17/01, às 16h, na qual sejam demonstradas as medidas que foram executadas para sanar a situação apontada pelas médicas e médicos da Atenção Primária de São Paulo. 

 

 

Victor Vilela Dourado 

 

Sindicato dos Médicos de São Paulo 

 

São Paulo, 16 de janeiro de 2022.

 

 

Fonte: https://bit.ly/3r8JGB0

 

 

 

 

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