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14/12/2021
As diretoras do SINDPREV-AL Lucia Santos e Andreia Malta participaram no sábado (4/12) de uma mobilização de mulheres contra o desgoverno Bolsonaro. O ato em Maceió aconteceu na Praça Marcílio Dias, no bairro Jaraguá.
29 organizações assinam o chamado para o ato: a Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), a Marcha Mundial de Mulheres (MMM), o Movimento Negro Unificado (MNU), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro), as mulheres do Partido dos Trabalhadores (PT), do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Central de Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB).
Leia o Manifesto
ELE NÃO! BOLSONARO NUNCA MAIS!
Desde os atos de 2018, que gritaram “Ele Não!” às vésperas do primeiro turno das eleições, um longo caminho de lutas foi travado pelo movimento feminista no Brasil. O dia 29 de setembro de 2018 foi fruto de um histórico de lutas das mulheres que se fortaleceu a cada ano: a Primavera Feminista, a luta “Aposentadoria fica, Temer sai”, a Marcha das Mulheres Negras contra a violência, racismo e pelo bem-viver, as Marchas das Margaridas, as Marchas de Mulheres Indígenas e todas as lutas contra o golpe elitista e misógino. É desse histórico que vem o acúmulo político que conflagrou uma unidade entre nós, mulheres, para impedir os retrocessos nos nossos direitos.
O “Ele Não” foi uma expressão da nossa força em luta: foram muitos atos em todos os estados brasileiros, com milhões de pessoas nas ruas a partir da liderança das mulheres indignadas e mobilizadas para evitar que a política regressiva, violenta, racista e misógina de Bolsonaro chegasse ao governo brasileiro. Impedimos que este projeto fosse vitorioso ainda no primeiro turno em 2018 e apresentamos ao país uma oposição unificada e ampla. Afinal, sabemos que quando a vida piora, ela piora ainda mais para nós, mulheres, e em especial para as pobres, negras, indígenas, LGBTs, do campo e da floresta.
Lutamos desde lá contra o pior e mais nefasto governo deste país desde a redemocratização. A indignação do “Ele Não” esteve no Tsunami da Educação e em todas as lutas contra as reformas neoliberais impostas por esse governo. Não à toa somos a maioria que bradamos por #ForaBolsonaro.
É por atuação do governo Bolsonaro que a crise econômica se agravou, levando mais de 15 milhões de trabalhadores e trabalhadoras ao desemprego. A destruição de políticas de combate à pobreza aprofundou o quadro de fome entre as famílias, em especial nas casas chefiadas por mulheres negras. A paralisação dos programas voltados para os povos do campo, das florestas e das águas, é mais uma demonstração de sua parceria com o agronegócio, que agrava ainda mais o cenário da insegurança alimentar, destruição da natureza e entrega da nossa soberania. A nefasta política neoliberal adotada por Bolsonaro e Guedes garante lucros à burguesia brasileira enquanto agrava a crise econômica e humanitária enfrentada pela maior parte do povo trabalhador.
De forma intencional, Bolsonaro, aliado a setores da burguesia brasileira, agiu para disseminar indiscriminadamente o coronavírus, boicotou políticas de controle da pandemia, distribuiu remédios ineficazes e atrasou a aquisição de vacinas, em uma clara política de extermínio. Mais de 614 mil brasileiros e brasileiras perderam suas vidas. Fomos nós, as mulheres, em especial mulheres negras e indígenas, as mais afetadas pelo desemprego, sobrecarregadas por cuidar das crianças, dos idosos e de quem adoecia. Fomos as primeiras a morrer. Quando morre uma mulher negra, que não teve o direito de se isolar para não perder o emprego, morremos todas nós.
Durante a pandemia, o governo Bolsonaro e seus aliados aproveitaram para tocar uma agenda de avanço do capital em detrimento de condições de vida dignas para o povo trabalhador, com o avanço das contrarreformas, privatizações, perdão de dívidas de grandes empresas e incentivos milionários para bancos privados. São nas famílias chefiadas por nós, mulheres, o mais alto índice de fome no país. Repudiamos os preços absurdos da energia elétrica, gás, gasolina, feijão, arroz e carne.
A violência contra as mulheres e meninas se amplia a cada dia, pois o discurso de ódio de Bolsonaro se espalha e nos faz como alvo preferencial dos fascistas. Uma mulher é assassinada a cada duas horas em nosso país, sendo 66% destas mulheres negras, também somos o país que mais mata mulheres trans e travestis no mundo e 6 mulheres lésbicas são estupradas por dia. A violência obstétrica – ou seja, todos os tipos de violências que ocorrem no pré-natal, parto, pós-parto e aborto – atinge uma em cada quatro mulheres no nosso país; dessas, 65,9% são negras. Não somos números, somos vidas!
O aprofundamento da misoginia e da LBTfobia em nosso país também se demonstra no aumento da violência política de gênero, que tem seu maior exemplo na execução da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco em 2018 – ainda sem resposta sobre quem mandou matá-la. De lá para cá, temos visto uma resposta contundente da população na eleição de mulheres negras nas casas legislativas, mas também a intensificação da reação criminosa dos machistas, dos racistas e dos fascistas.
Além desta dor, o que nos movimenta é a necessidade combater as violências ampliadas ao patamar de políticas públicas pelo bolsonarismo, que desenvolve um projeto misógino e supremacista; que reforça as violências sociais e letais contra negros, povos originários e de comunidades do campo, das águas e das florestas; que promove a destruição da Amazônia, atacando nosso meio ambiente e os povos tradicionais.
As mulheres convocam cada uma e cada um que se compromete com o combate à feminização da pobreza, ao racismo, à LGBTfobia e a todas as ações que agravam a situação das mulheres no Brasil a ocupar as ruas no dia 04 de dezembro. A luta pela derrubada de Bolsonaro do poder é uma luta necessariamente anti-imperialista, anticapitalista, democrática, antirracista e feminista. É uma luta em defesa da vida das mulheres, que coloca a agenda de lutas contra a fome, a carestia, a violência, pela saúde e pelos direitos reprodutivos das mulheres. É uma luta em defesa dos serviços públicos gratuitos e de qualidade. É para abrir um diálogo com a maioria que tem sofrido com a fome, com a perda de seus entes queridos, com a violência e com o desemprego.
Continuamos em luta hoje e em 2022 por #ForaBolsonaro, pois o impeachment é uma necessidade urgente para punir Bolsonaro por seus vários crimes e para melhorar a vida do povo. Seguiremos articuladas para construir um grande 08 de março em 2022. Somos muitas, somos milhões e de todos os cantos desse país. Nós nunca saímos das ruas contra Bolsonaro e nelas continuaremos em defesa das nossas vidas.
BOLSONARO NUNCA MAIS!
Fonte: https://bit.ly/3pQcqwc
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