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Incompetência de Bolsonaro/Guedes faz voltar inflação galopante e desespero no povo

24/09/2021

Inflação em alta, alimentos, combustíveis, energia e dólar altos são culpa de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, que além de não tomarem medidas para resolver os problemas alimentam a crise

Escrito por: Sindprev AL

 

A inflação de dois dígitos, a estagnação da economia, a alta do desemprego, do desalento e da fome, numa escalada que há muitos anos não se via no Brasil, e pior, sem nenhuma expectativa de melhora a curto e a médio prazo, têm dois culpados, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) e o ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes.

 

A dupla Bolsonaro/Guedes nada fez para combater a inflação e resolver a crise, aquecendo a economia e gerando emprego decente, melhorando as condições de vida dos brasileiros, em especial os que ganham menos e têm menos oportunidades na vida.

 

Preocupado apenas em dar um golpe contra a democracia, se manter no poder e salvar a si próprio e a seus filhos da prisão,  o presidente da República não tomou nenhuma providência para conter a crise econômica, muito pelo contrário, a alimenta com seus desvarios de poder.

 

Já Paulo Guedes quer agradar o mercado financeiro e só apresenta como soluções vender o patrimônio público e retirar direitos dos trabalhadores, como fez com a reforma da Previdência, e implantar a Carteira Verde e Amarela, como ocorreu recentemente com a Medida Provisória (MP) nº 1045, rejeitada pelo Senado.  

 

Para entender por que Bolsonaro e Guedes são os culpados pela crise econômica, o Portal CUT ouviu especialistas que listaram algumas medidas que qualquer governo tomaria para minimizar, ou até mesmo resolver a crise econômica.

 

A solução está em conter a inflação dos alimentos, dos combustíveis, da energia elétrica e da água, essenciais para a sobrevivência. Por isso, pontuamos o que o presidente e o ministro da Economia deveriam ter feito para evitar a crise inflacionária, agravada pelos constantes aumentos desses itens, mas não fizeram.

 

Aumento dos alimentos 

 

No Brasil, a insegurança alimentar ultrapassa 84,9 milhões de pessoas, mas o governo nada faz para estancar a inflação dos alimentos. De agosto de 2020 a agosto de 2021, a carne bovina e aves tiveram aumentos de quase 30%, assim como o arroz (30,5%), o feijão carioca (17,3%) e ovos (15,8%). O óleo de soja foi remarcado em quase 70%, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

Para evitar essa disparada, o governo deveria:

 

1 – fazer estoque regulador, que é a compra por parte do governo de grandes quantidades de alimentos mantidos para em caso de alta muito grande nos preços ele “libere” seu estoque, para evitar que aumente demais.

 

Bolsonaro faz ao contrário: O estoque regulador em 2011, era de 1,3 milhão de toneladas de arroz e 136,9 mil de feijão. No ano passado, o estoque de arroz era de apenas 21,5 mil toneladas e zero de estoque de feijão.

 

Na capital de São Paulo, o quilo do arroz, dependendo da marca e do supermercado em que é vendido, sai a R$ 5,89,  e o quilo do feijão a R$ 8,98.

 

2- Intervir na taxa de câmbio

 

Os ataques à democracia têm feito tanto brasileiros como estrangeiros retirarem seus investimentos do país. Ao perceber que a crise econômica é também política, a busca pelo dólar para quem pode comprar aumenta e o resultado é a moeda norte-americana cada vez mais valorizada. De acordo com o câmbio dessa segunda-.feira (13) estava em R$ 5,25.

 

Governo Bolsonaro não interveio no câmbio, apesar de termos uma reserva para emergências de cerca de R$ 350 bilhões. A  alta do dólar, que traz consequências nefastas para o equilíbrio da inflação, não é urgente  para Bolsonaro, nem para Paulo Guedes.

 

3- taxar exportações

 

Com a alta do dólar, vale mais a pena para o agronegócio exportar e, por isso, está faltando arroz e feijão no mercado interno.

 

Bolsonaro não implantou nenhuma política de taxação às exportações, para que ao menos valesse a pena os produtores venderem no mercado interno.

 

Além disso, outros avisos de que poderia faltar arroz e feijão foram ignorados pelo governo federal como a seca e a queda de área plantada desses produtos.

 

De 2006 a 2020, a produção somada de arroz e feijão teve queda na área total plantada de mais de 10% para pouco mais de 5%, enquanto soja, cana de açúcar e milho, somados, saíram de patamares inferiores a 70% para mais de 80% do total da área plantada em 2020, segundo o Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a partir de dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, SIDRA-IBGE.

 

4- incentivar a agricultura familiar e pequenos produtores

 

Os pequenos produtores são responsáveis por cerca de 75% dos alimentos consumidos pelas famílias brasileiras e ainda contribuem para conservação de áreas florestais que fornecem água, energia e amenizam as mudanças climáticas, mas não têm o apoio devido.

 

O governo Bolsonaro não forneceu acesso a crédito, assistência técnica e comercialização e até agora não sancionou Projeto de Lei (PL) que garante o auxílio emergencial e outras medidas de auxílio para os agricultores familiares.

 

5- continuar reforma agrária

 

A reforma agrária que possibilita os pequenos agricultores a ter a sua própria terra para plantio e, consequentemente, aumentar a oferta de alimentos e baixar os preços,  foi totalmente paralisada no governo de Bolsonaro.

 

Aumentos dos combustíveis 

 

Os preços dos combustíveis pesam na composição do índice da inflação 7,12%, assim divididos: gasolina (5,98%), etanol (0,84%) e diesel (0,22%).

 

De dezembro de 2015 a setembro de 2021, a gasolina aumentou em média 65%. Foi de R$ 3,64, em média, no governo Dilma Rousseff (PT), para R$ 6,00 no governo Bolsonaro.

 

Para evitar esses aumentos, Bolsonaro e Guedes deveriam:

 

6- acabar com a Política de Paridade Internacional (PPI) da Petrobras.

 

Apesar do Brasil ser um grande produtor de petróleo,  Michel Temer (MDB-SP), em 2017, criou a Política de Paridade Internacional (PPI), que reajusta os combustíveis de acordo com o preço do barril de petróleo, cotado em dólar. Bolsonaro e Guedes em vez de acabarem com a Política de Paridade de Preços Internacional incentivam a crise, vendendo refinarias e atuando para privatizar a Petrobras.

 

7 –  Estimular o uso do biodiesel

 

Mais uma vez na contramão do mundo, o governo Bolsonaro ao invés de estimular energia limpa, diminui a quantidade de biodiesel na composição do diesel.

 

Uma portaria do governo federal de abril deste ano, permitiu a diminuição de 13% para 10% a quantidade de biodiesel misturado ao diesel, o que aumenta ainda mais a poluição emitida pelos veículos.

 

Aumentos na conta de luz 

 

A bandeira tarifária subiu 50% em agosto. Com isso em média, as famílias brasileiras terão um aumento em torno de R$ 24,00 em suas contas de luz. Os constantes reajustes na energia elétrica ,diz o governo, são provocados pela maior seca nos últimos 91 anos, mas na verdade, Bolsonaro e Guedes nada fizeram para diminuir a crise.

 

O que o governo não fez:

 

8 – incentivar o uso de energia eólica e solar

 

O Brasil por suas características geográficas tem a possibilidade de ser um grande produtor de energia solar e eólica, impulsionada pelos ventos. Mas, ao contrário de países mais desenvolvidos em que o uso dessas energias renováveis está sendo incentivado, o governo federal simplesmente deixou a Petrobras vender seus parques eólicos

 

9 – fazer Eletrobras voltar a investir

 

Desde 2017, no governo Temer, a Eletrobras está proibida de investir. Bolsonaro ao invés de retomar os investimentos da empresa decidiu vendê-la, contrariando a promessa que fez aos eletricitários durante a sua campanha eleitoral à presidência, em 2018.

 

Como os períodos de seca, como os de dezembro passado a maio deste ano, são previsíveis, faltou ao governo além de investir em energias renováveis, construir  hidrelétricas reversíveis, comuns na Europa e Estados Unidos, nas quais são armazenadas energia para eventuais períodos de escassez. Os bilhões em caixa da Eletrobras poderiam ter ajudado nesses investimentos, mas o governo prefere distribuir os dividendos com os acionistas.

 

“A Eletrobras teve capacidade de R$ 30 bilhões para investimentos nos últimos três anos. O lucro no ano passado foi de R$ 6,4 bi. A estatal não usa dinheiro público para investimentos. Pelo contrário, paga dividendos”, diz o engenheiro elétrico da Eletrobras, Ikaro Chaves.

 

Crise hídrica  

 

10- Uso da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)

 

O governo de Jair Bolsonaro em nenhum momento se posicionou sobre a falta de ação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) em relação à crise hídrica, que consequentemente, afeta o fornecimento de energia do país. A ANA tem papel de reguladora das águas de domínio da União (interestaduais, transfronteiriças e reservatórios federais), bem como regular os recursos hídricos (abastecimento humano e animal, indústria, irrigação agrícola, geração de energia, navegação, pesca, aquicultura e mineração)

 

É uma roda sem fim, a falta de chuva, causada também pelas queimadas que o governo não combate, impacta também na agricultura, que encare seus produtos, tanto pela quebra de produção como pelo aumento dos custos para se manter o gado com ração, já que o pasto seco não alimenta os animais.

 

Mas a dupla Bolsonaro/Guedes simplesmente tapa os olhos e só se interessa em privatizar o saneamento básico do país, o que vai encarecer ainda mais o custo da água.

 

Resumindo, o governo de Jair Bolsonaro estimula a degradação do meio ambiente com o uso de termoelétricas, que poderia ser evitado com mais investimentos da Eletrobras; acaba com o investimento da Petrobras em energia eólica, incentiva as grandes queimadas, acaba com a fiscalização contra o garimpeiros e madeireiros, privatiza o saneamento básico e outras medidas que acabam aumentado o custo dos transportes, da energia elétrica, da água e dos alimentos, numa roda sem fim que só faz a inflação crescer.

 

 

 

*Edição: Marize Muniz

 

 

Fonte: https://bit.ly/3CK4e5K

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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