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Sofrimento mental afeta 62,1% dos profissionais de enfermagem

24/09/2021

Enquanto a categoria enfrenta as consequências do trabalho em excesso e condições de trabalho inadequadas em meio à pandemia, o Projeto de Lei nº 2564, chamado PL da Enfermagem, está parado no Senado

Escrito por: Sindsprev PE

 

Em um ano e meio de pandemia, 62,15% dos profissionais de enfermagem já passaram por algum tipo de sofrimento mental relacionado ao trabalho. Essa foi a conclusão a que chegou uma pesquisa realizada em São Paulo, que ouviu mais de 10 mil trabalhadores, entre enfermeiros, obstetrizes, técnicos e auxiliares de enfermagem.

 

A maioria dos profissionais atua na linha de frente do combate à Covid-19 e enfrenta condições inadequadas de trabalho, além de longas e extenuantes jornadas de trabalho. Mesmo diante de tal realidade, a categoria ainda precisa lutar por um piso nacional e por jornada máxima de 30 horas semanais.

 

De acordo com a pesquisa, 70,2% dos entrevistados relataram sintomas físicos como fraqueza, tonturas, dores em geral, problemas para respirar, dormência, formigamentos, dificuldade de concentração e esgotamento físico e/ou cansaço. Outros 64,5% tiveram sintomas emocionais, como medos, sentimentos de culpa, pânico e esgotamento mental e/ou pensamentos ruins.

 

O levantamento “Percepção do Sofrimento Mental dos Profissionais de Enfermagem em Meio à Pandemia da Covid-19” revela ainda que 71,4% dos entrevistados relacionam esses sintomas à sobrecarga de trabalho e 40,1% às condições de trabalho.

Enquanto a categoria enfrenta as consequências do trabalho em excesso e condições de trabalho inadequadas em meio à maior crise sanitária do século, o Projeto de Lei (PL) nº 2564, chamado PL da Enfermagem, está parado no Senado.

 

Há votos suficientes para aprovar a proposta, dizem senadores que apoiam a luta dos trabalhadores a representantes de entidades sindicais, mas o lobby dos prefeitos e dos gestores de hospitais particulares parece ter convencido o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a alterar substancialmente a proposta em prejuízo da categoria, gerando um impasse.

 

O PL da Enfermagem define carga horária máxima de 30 horas semanais e piso salarial em R$ 7.315,00 para enfermeiros e enfermeiras, R$ 5.120,50 para técnicos e técnicas e R$ 3.657,50 para auxiliares e parteiras. A proposta de Pacheco é tirar os valores dos pisos e substituir por uma média nacional de remuneração.

 

A direção do Sindsprev-PE entende que os profissionais da saúde precisam de uma carga horária justa e uma remuneração digna para que possam ter lazer junto com a família, qualidade de vida e também para que se mantenham saudáveis.

 

“Os problemas enfrentados pelos profissionais da saúde não são novos, mas ficaram mais evidentes com a pandemia da Covid-19 e o Brasil passou a liderar os números de casos e mortes por essa doença”, disse o coordenador-geral do Sindsprev-PE, Luiz Eustáquio.

 

Problemas como a precarização dos serviços de saúde, em especial dos públicos, instabilidade nos vínculos trabalhistas, terceirização, ausência de concursos públicos e financiamento insuficiente vêm cada vez mais sendo evidenciados. “Nossa luta é por remuneração digna, jornada e reconhecimento dos profissionais”, concluiu Eustáquio.

 

Uma consulta pública sobre o PL nº 2.564/2020, feita pelo Senado no portal e-Cidadania, mostra que a maioria dos brasileiros apoia a proposta. Dos 1.009.771 internautas que acessaram o portal 1.004.235 aprovaram o PL da Enfermagem.

 

 

por Rosália Vasconcelos

 

 

 

Fonte: https://bit.ly/3EIlY3f

 

 

 

 

 

 

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