Pandemia explode no Paraná e em Curitiba: profissionais da saúde estão exaustos

A irresponsabilidade dos governantes das diferentes esferas (Federal, estadual e municipal) está fazendo explodir o número de casos de Covid-19 no Paraná e, principalmente, em Curitiba, resultando em mortes, alta taxa de ocupação nos hospitais e na exaustão de profissionais da área da saúde.

E não há qualquer indicativo de que a situação possa melhorar em breve. Pelo contrário, nestas duas próximas semanas, por causa das festividades de final de ano (Natal e Ano Novo) há expectativa de piora do quadro.

Os profissionais da saúde estão trabalhando arduamente para atender uma população que, em vez de ser protegida pelo poder público, continua sendo estimulada por governantes a adotar comportamento irresponsável.

Em vez de priorizar a vida, para esses políticos o lucro está acima de tudo e de todos.

Agrado aos setores econômicos, mas com conseqüências

Ao flexibilizar as medidas restritivas, por pressão (ou chantagem) dos setores econômicos, nossos governantes se tornam diretamente responsáveis pela disseminação da doença e pela morte das pessoas.

Em Curitiba, mesmo em meio ao crescimento da pandemia, o prefeito, Rafael Greca, liberou as aulas presenciais das séries iniciais nas escolas privadas. Essa liberação ocorreu apenas dois dias depois de ser reeleito.

O comércio não essencial (incluindo shoppings) continua aberto e aglomerações ocorrem em espaços públicos (inclusive naqueles que são de responsabilidade da Prefeitura), em bares e restaurantes, por exemplo.

Tudo isso tem consequência: no final de outubro, eram em torno de 3 mil casos ativos sendo monitorados pela Secretaria de Saúde do município. Um mês depois, esse número foi multiplicado, chegando próximo a 14 mil casos ativos.

Os hospitais na capital paranaense estão há semanas com lotação próxima do limite. Isso tem reflexo em quem trabalha na área da Saúde.

Os profissionais estão exaustos, trabalhando com longas jornadas e expostos ao risco crescente de contaminação. Estão no seu limite, abrindo mão do convívio com a família, com amigos e de horas de lazer para cuidarem da vida dos cidadãos que deviam ser também protegidos pelos governantes.

E a situação piorou.

A média móvel de mortes por Covid-19 em Curitiba subiu de 81, na semana passada, para 117, nesta semana: um aumento de 44,4%. Foram 21 mortes registradas apenas na sexta-feira (11). No total, 1.924 moradores da cidade morreram desde o início da pandemia. Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou 1.421 novos casos, em um total de 93,9 mil infecções pela doença.

Tudo isso criou o pior quadro desde o começo da pandemia.

Em todo o estado, pelo menos 136 profissionais da Saúde (pública e privada) morreram por causa da Covid-19. Em Curitiba, foram pelo menos 11 mortes em hospitais privados.

Para a presidente do Sindesc, Isabel Cristina Gonçalves, os governantes precisam, mais do que nunca, seguir a ciência e comprovar que priorizam a vida das pessoas. Até o momento, eles estão mostrando justamente o contrário.

A população e os trabalhadores da saúde merecem respeito. É hora de fortalecer, mais do que nunca, o Sistema Único de Saúde (SUS) com recursos, equipamentos e valorização dos profissionais, para conseguiremos vencer o drama que se abateu sobre nosso Brasil.

Por Abridordelatas

Fonte: https://bit.ly/3oLCqGK