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Pagamento de auxílio-doença deve ser normalizado em um ano, por falta de servidor

01/02/2021

Portaria do governo ordena volta do atendimento presencial nos pedidos de auxílio-doença, mas contratação de militares e falta de servidor experiente no INSS só atrasou ainda mais resolução dos casos

Escrito por: Sindsprev PE

 

Os trabalhadores e trabalhadoras que dependem do auxílio-doença para seu sustento e de suas famílias vão ter de esperar ainda mais para receberem o benefício, mesmo com a portaria do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), publicada no dia 14/01/21, exigindo o retorno do atendimento presencial para essas dem

 

O atendimento virtual e marcação de perícias médicas estavam previstos para acabar no dia 31 de janeiro, mas o governo federal antecipou a volta dos servidores a partir do dia 16/01.

 

O problema, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e da Previdência Social do Estado de São Paulo (SINSSP), Pedro Luis Totty, é que o trabalho administrativo que o servidor realiza para conceder o benefício está muito atrasado por que os médicos peritos se recusaram a atender presencialmente na pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Mesmo após eles terem voltado ao atendimento, há um número imenso de pedidos de benefícios represados.

 

“O servidor tem que verificar os pedidos concedidos, ou não, atuais e os atrasados. Creio que a situação só se normalize de seis meses a um ano. O atraso no pagamento do auxílio-doença é culpa do governo Bolsonaro que contratou militares para fazer um serviço que não entendem. Pedimos para priorizar a contratação de servidor aposentado do INSS que entende do serviço. Hoje tem militar que só está num posto do INSS para ganhar um extra e não faz nada”, menciona Pedro Luis Totty.


Para o dirigente, o nível dos militares contratados pelo INSS é o mesmo do ministro da saúde, Eduardo Pazuello, que recomenda cloroquina para evitar a Covid-19, sem nenhuma comprovação científica.

 

“Nós alertamos o governo federal para não contratar os militares e o resultado é este que está aí. Quem paga o preço da incompetência é a população que mais precisa”, diz Pedro

 

Servidores do INSS têm maior contágio que a média nacional

 

O temor dos servidores é o aumento do contágio de quem trabalha nos postos do INSS por serem locais fechados e com ar-condicionado, além do movimento de pessoas que costuma ser intenso.

 

O sindicato da categoria em São Paulo, a partir de um levantamento de dados, feito em dezembro de 2020, pedidos ao próprio INSS, chegou à conclusão que a média de contágios e mortes pela Covid-19 entre os servidores do órgão é maior do que a do Brasil.

 

Pelo levantamento do mês passado (dezembro /2020), o Brasil tinha cerca de 3,53% da população contaminada com 7.484.285 casos e 191.139 mortes, que representavam 2,55% dos contaminados.O INSS em São Paulo tem 1306 servidores que estão atendendo. Desses, 48 foram contaminados, o que equivale a 3,67%. Foram dois óbitos, ou seja, 3,67% dos servidores que estavam trabalhando presencialmente morreram.

 

“O INSS contamina mais e mata mais do que as estatística do Brasil, isso porque estamos somente trabalhando com dados de servidores que voltaram ao trabalho, sem falar de contratados, estagiários e terceirizados”, denuncia Pedro Totty.

 

Trabalho remoto rende mais

 

O presidente do SINSSP ressalta que o pagamento de aposentadoria e outros benefícios, exceto o auxílio-doença, estão em dia por que com o trabalho presencial, o servidor tem utilizado sua própria internet, que não está sujeita a tantas interrupções como acontecem nos postos do INSS, por causa do sucateamento e descaso que o governo federal vem promovendo no órgão.

 

Pedro explica que o INSS abriu processo de participação dividida em pessoas que fazem trabalho remoto, por serem ou terem familiares no grupo de risco; semipresencial com idas duas vezes por semana ao trabalho e o trabalho presencial. A opção coube ao servidor.

 

“O INSS de São Paulo em hoje cerca de 4 mil servidores e pouco mais de mil estão trabalhando presencialmente”, conta Pedro.

 

Agenda de negociações

 

No próximo dia 20 deste mês, haverá uma reunião dos servidores com o Superintendente do INSS de São Paulo, José Carlos Oliveira, onde o sindicato irá questionar o retorno ao trabalho presencial e outras reivindicações.

 

Agendamento como fazer

 

O agendamento presencial deve ser feito pelo telefone 135 ou pelo aplicativo Meu INSS, onde será possível escolher data, hora e local da perícia. A lista de agências está disponível no site do órgão. O INSS afirma que 491 locais estão aptos para realizar os procedimentos, com mais de 2.000 médicos peritos atuando em todo o país. Segundo reportagem do UOL, até 4 de janeiro havia mais de 520 mil pedidos de agendamento para as próximas semanas.

 

 

 

 

Edmundo Ribeiro

Escrito por: Rosely Rocha - CUT

 

 

 

Fonte:  https://bit.ly/39zoprb

 

 

 

 

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