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Hospital de Campanha não funciona e Governo de Minas não responde profissionais contratados

28/08/2020

Sindicato exige da gestão mais lisura no processo e compromisso com esses profissionais que se prontificaram de urgência a exercer a profissão diante do cenário da Covid-19

Escrito por: Sindsaúde MG

 

O Hospital de campanha de Minas Gerais, inaugurado em Belo Horizonte há mais de três meses, sem ter recebido nenhum paciente, ainda não está funcionando e a perspectiva é que não vá funcionar. O fechamento não foi comunicado e os trabalhadores que foram contratados pela rede Fhemig há um mês seguem sem nenhuma informação sobre onde e como irão exercer suas funções. Em 17 de agosto, eles estavam convocados para iniciar o treinamento, no entanto, a Polícia Militar que estava no Hospital, informou aos trabalhadores que não haverá atendimento no Hospital de Campanha e orientou que eles fossem para a Fhemig. Cerca de 60 trabalhadores estavam na porta da Fundação Hospitalar nesta segunda-feira, quando pediram ajuda ao sindicato para mediar a situação com o governo. Ninguém apareceu para dar informações aos trabalhadores.

 

O Hospital de Campanha foi anunciado pelo governo de Minas em março, com quase 800 leitos. O projeto mudou ao longo da pandemia e o governo decidiu que o hospital não ia ter leitos de UTI, apenas de enfermaria. A inauguração aconteceu em etapas, mas nunca chegou a receber pacientes. A notícia do não funcionamento do hospital seria boa se o número de infectados da doença não estivesse aumentando todos os dias. Minas Gerais estacionou no mapa de alta de infecções e 175 mil mineiros já foram infectados com a Covid-19 e 4.223 morreram, segundo o site de notícias do G1. Mesmo com a falta de UTIs em todo o estado, divulgado pela imprensa, o Hospital de Campanha é um hospital de portas fechadas.

 

Os trabalhadores contratados através do processo seletivo do chamamento público emergencial, especificamente para o Hospital de Campanha, tiveram que arcar com os custos dos exames admissionais do próprio bolso e continuam sendo desrespeitados, sem nenhuma informação ou comunicado oficial sobre a real situação do hospital. Além disso, todos, sob orientação da Fhemig, abriram contas bancárias com custeadas por eles mesmos. Até hoje não foram reembolsados com os custos de exames, transportes e etc.  

 

A Técnica de Enfermagem, Ana Paula, relata sua indignação com a falta de diálogo da Fhemig e alega ser a quarta vez em que os trabalhadores vão ao hospital e não são recebidos para início do treinamento. “Já estivemos lá no Expominas onde se encontra o Hospital de Campanha, porém eles sempre remarcam uma nova data, hoje foi a última vez que estivemos lá e ao que tudo indica o hospital não irá abrir. A Fhemig ficou de ir para nos dizer pra onde seremos encaminhados, se irá ter um remanejamento, só que não apareceu,” denuncia.

 

Mais de 200 trabalhadores contratados estão na mesma situação. Muitos profissionais trocaram plantões, largaram suas casas e suas famílias para atender o chamado emergencial do combate ao Coronavírus, e agora cobram um posicionamento da Fhemig sobre o fato. Mais uma vez esses profissionais foram lesados, saíram de suas casas com a esperança de que iriam cumprir suas funções no combate à pandemia e mais uma vez voltam desamparados, preocupados e sem nenhuma informação.  

 

Abismados com a falta de ética e compromisso da Fhemig, os trabalhadores se assustaram ainda com o comportamento nada adequado do policial porta-voz, que sem fazer o uso correto da máscara, alegava que os trabalhadores não poderiam ficar no Hospital de Campanha já que o “patrão” não estava no local. Seguindo orientação da Polícia Militar, os trabalhadores seguiram para a Fhemig onde nenhum gestor apareceu nem mesmo para responder se o contrato assinado continua valendo.  

 

Para a diretora do Sind-Saúde, Neuza Freitas, a Fhemig e o governo continuam tratando os trabalhadores da saúde com total falta de respeito. "O governo Zema mais uma vez desrespeita os trabalhadores da saúde e não se importa com as pessoas nem com a pandemia", afirmou.  

 

O deputado estadual, Betão, apresentou um requerimento cobrando do governo, por meio da Fhemig e da Polícia Militar, que informe aos contratados o que acontecerá.

 

Um comunicado assinado pela diretora de Gestão de Pessoas da Fhemig foi apresentado alegando que os candidatos poderão ser remanejados para atuação na rede FHEMIG, conforme necessidade da Fundação, de acordo com Plano de Capacidade Plena Hospitalar, assim como previsto nos editais que publicizaram as vagas ofertadas. Informaram ainda que o remanejamento ocorrerá via Manifestação de Interesse, a ser divulgada no site da FHEMIG, nos respectivos links que publicizaram os referidos certames.

 

A diretora Neuza Freitas alerta que, além de tudo isso, já existe uma falta gritante de profissionais nas unidades hospitalares. “Esse documento não da nenhuma segurança, além de que algumas unidades estão suspendendo as férias de alguns trabalhadores, devido à falta de pessoal em todas as unidades da Fundação”, destacou.

 

O documento é frágil e não muda o fato de a Fhemig e o governo terem feito esses trabalhadores de bobos, negando-lhes o mínimo, que é a informação clara e oficial durante um mês após terem assinado contrato. O sindicato continuará exigindo da gestão mais lisura no processo e compromisso com esses profissionais que se prontificaram de urgência a exercer a profissão diante de um cenário tão incerto e complexo como é o da Covid-19. Em tempos que profissionais da saúde perdem suas vidas e suas famílias contaminados pelo vírus, esses profissionais, como tantos outros se colocaram na linha de frente, merecem valorização, respeito e reconhecimento desse governo e de toda a sociedade.

 

 

http://www.sindsaudemg.org.br/index.php/fhemig/3705.html?task=view

 

 

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