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06/02/2020
Em mais uma afirmação infeliz e que ataca os cidadãos e a sociedade brasileira, o presidente da República Jair Bolsonaro afirmou à imprensa nesta quarta, dia 5, que “uma pessoa com HIV, além de ser um problema sério para ela, é uma despesa para todos aqui no Brasil”. Bolsonaro relatava o caso de uma jovem que supostamente teve o 2º filho aos 15 anos e que contraiu HIV na 3ª gravidez.
A fala teve repercussão negativa no setor da saúde e entre os atores envolvidos com a prevenção e o combate ao HIV em todo o país. Em resposta, o Conselheiro Nacional de Saúde e representante da Articulação Nacional de Luta contra a AIDS (Anaids), Moysés Toniolo, afirmou em suas redes sociais: “Eu não sou despesa. A Saúde das pessoas que vivem com HIV e Aids é um direito garantido pela Constituição Federal. Dizer que somos despesa para todos aqui no Brasil é distorcer informações e manipular a opinião pública. Demonstra preconceito e total desconhecimento da política de HIV/Aids do nosso país, que é referência para o mundo. É com tristeza e indignação que vemos essa tentativa de retrocesso e discriminação. Investir na Saúde é investir na vida."
O Movimento de Luta contra a AIDS também lamentou a declaração do presidente. Em nota de repúdio, o movimento afirmou que não é possível tolerar que - depois de décadas de conquistas e de luta contra a discriminação - discursos ancorados em preceitos equivocados e preconceituosos, potencializem estigmas e processos de exclusão sociais ainda presentes no cotidiano das pessoas que vivem com HIV/Aids no Brasil. “Acreditamos que estas manifestações, panfletárias, são estratégias adotadas pelo governo para desviar a atenção da população de questões e problemas emergentes que o país vive”, diz a nota.
O SERGS se solidariza com os portadores do HIV e se soma no repúdio a essa fala preconceituosa e fascista do atual chefe da nação. “Defendemos uma sociedade plural onde os direitos de todos são respeitados”, comenta Ismael da Rosa, vice-presidente do SERGS.
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