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Rádio do Trabalhador: diretora do Sintfesp fala sobre reforma da previdência e direitos dos trabalhadores da saúde e do INSS

09/02/2018

Dirigente convida a população para, em 19 de fevereiro, participar das manifestações contra a reforma da previdência chamadas pelos sindicatos e centrais sindicais

Escrito por: Sintfesp GO

 

A diretora de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência Social nos Estados de Goiás e Tocantins – Sintfesp-Go/To, e também secretária de Comunicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social - Cntss Cut, Terezinha de Jesus Aguiar, concedeu entrevista ao vivo, na quarta-feira, 07/02, ao programa Antena Ligada, da Rádio do Trabalhador (http://radiotrabalhador.com.br/).

 

Durante a entrevista, Terezinha Aguiar falou sobre reforma da previdência, reforma trabalhista e sobre recentes reuniões de negociação com o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Francisco Lopes e com representantes da Mesa Setorial de Negociação Permanente do Ministério da Saúde, que trata de questões importantes para os trabalhadores do órgão em todo o País.

 

Reforma da Previdência

 

Com relação à reforma da previdência desejada pelo presidente Temer e seus aliados grandes empresários e parlamentares de direita, Terezinha Aguiar destacou que a previdência no Brasil é superavitária. “A Associação Nacional dos Fiscais da Previdência e o Sindicato dos Auditores da Receita Federal têm estudos que comprovam que a previdência é superavitária”, relata.

 

De acordo com a dirigente sindical, o que ocorre há anos são desvios dos recursos que deveriam ser exclusivos para a previdência, a saúde e a assistência social, além do que os grandes sonegadores deveriam ser fiscalizados e cobrados”. “Há todo um arcabouço legal que garante o financiamento da Seguridade Social. Defendemos a auditoria da dívida, pra identificar pra onde estão indo os recursos provenientes dos impostos e das contribuições previdenciárias da população”, expressou Terezinha Aguiar, que convida a população para no dia 19 de fevereiro participar das manifestações contra a reforma da previdência chamadas pelos sindicatos e centrais sindicais, prevista para ocorrer em todo o País.

 

INSS

 

A diretora do Sintfesp também falou sobre a estratégia do governo Temer de fragilizar o INSS, reduzindo a cada dia o número de servidores que fazem o atendimento à população. Terezinha Aguiar alertou sobre o chamado INSS Digital, que na prática tem como pano de fundo dificultar ainda mais o acesso da população aos benefícios garantidos em lei. “Dizem que irá melhorar o atendimento por meio de tecnologia, mas na verdade estão empurrando a população para o autoatendimento, enquanto o correto seria abrir concurso público e contratar servidores para suprir o déficit de funcionários e melhorar o atendimento”, enfatizou.

 

Segundo Aguiar, o INSS Digital exige por exemplo que servidores de Goiás sejam acionados para atender demandas das 1600 agências do país. “É uma responsabilidade muito grande. Se encontro problemas como documentação inadequada, como conceder o benefício?”, questionou preocupada com a possibilidade de carreiras de 30 anos serem contaminadas por processos de trabalho que não são 100% confiáveis.

 

Terezinha Aguiar apontou ainda que os principais gargalos para melhorar o atendimento à população são a falta de pessoal, os equipamentos obsoletos, o sistema de processos de trabalho complexo demais, além de condições de atendimento inadequadas.

 

Ministério da Saúde

 

A reunião da Mesa Setorial de Negociação Permanente do Ministério da Saúde, que envolve representantes do governo e dos trabalhadores, teve o objetivo de planejar as ações de médio prazo do órgão. Segundo Terezinha Aguiar, foram aprovadas várias ações, mas o que ela espera é que “na prática, as coisas melhorem”. Ela ressaltou que o atendimento à população não é melhor porque faltam condições de trabalho e salariais. “Só podemos atender bem se tivermos salários dignos e as mínimas condições de trabalho”, afirmou. Ela denuncia que há mais de 10 anos os trabalhadores do Ministério da Saúde não se submeter aos chamados exames periódicos, por não ser prioridade do governo. “Se o usuário do SUS tem dificuldade para o atendimento, o trabalhador da saúde também passa por essas dificuldades”.

 

Durante a entrevista ao jornalista Roberto Nunes, Terezinha Aguiar também falou sobre um decreto de Temer de 9 de janeiro, que extingue 60,9 mil cargos na administração pública federal, autarquias e fundações. Além da extinção dos cargos, o decreto veda a abertura de concurso público e provimento de vagas adicionais. “Na prática o governo prepara o terreno para a terceirização de serviços”, concluir a diretora da CNTSS e do Sintfesp.

 

 

Assista a íntegra da entrevista:

 

https://www.facebook.com/radiotrabalhador/videos/717453515310665/

 

 

Cláudio Marques

 

 

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