CNTSS > LISTAR NOTÍCIAS > DESTAQUE CENTRAL > SINDISAÚDE PASSO FUNDO ANUNCIA O FIM DA GREVE NO FREI CLEMENTE
14/12/2017
Depois de 26 dias de paralisação, os funcionários do Hospital de Caridade Frei Clemente decidiram voltar ao trabalho. A decisão foi tomada em assembleia realizada em 06 de novembro, depois de terem recebido 30% restantes do salário de setembro e 70% do salário de outubro.
A presidente do SINDISAÚDE, Terezinha Perissinotto, disse que a mobilização foi importante para sensibilizar a comunidade em buscar soluções para as dificuldades financeiras enfrentadas pelo hospital, que atende uma região abrangida por cerca de 70 mil pessoas.
Terezinha agradeceu o esforço da direção do HCFC em buscar alternativas para pagar os salários dos funcionários, além de assinar o acordo coletivo com o Sindicato depois de três anos. Para ela, fruto de uma relação respeitosa construída em meio à paralisação.
O mais importante, segundo a dirigente, é que o movimento paredista trouxe à tona para toda a sociedade a real situação do hospital e conseguiu mobilizar o Judiciário e o empresariado local. “Para nós, também é muito importante mantermos um hospital de portas abertas e prestando um atendimento de qualidade. Saímos vitoriosos,” afirma.
Entenda o caso:
Pagamento dos salários em atraso e fechamento do acordo coletivo são as duas premissas básicas para o encerramento da greve dos trabalhadores em saúde do Hospital de Caridade Frei Clemente, que já dura 14 dias. Em 25 de outubro, foi informado pelo presidente da instituição, Sebastião Avani da Silva, se confirmado o pagamento dos 30% restantes do MAC - Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar, verba federal e os incentivos de Julho (verbas estaduais), deverá ser pago o salário de setembro.
A promessa foi feita durante reunião na terça-feira (24/10) com a presença do diretor administrativo Adairto Ângelo Forti, do presidente da Federação dos Trabalhadores em Saúde do RS – FEESSERS, Milton Kempfer, da presidente do Sindisaúde Passo Fundo, Terezinha Perissinotto, o advogado Everton de Ré e diretoras do sindicato. Com a forte mobilização dos trabalhadores, em torno de 140, a administração mostrou-se disposta a fechar o acordo coletivo imediatamente, manter o adicional noturno em 45% para todos os funcionários e retomar o pagamento de insalubridade que havia sido retirado das folhas salariais.
REFORMA TRABALHISTA
Com a entrada em vigor da Reforma Trabalhista, a presidente Terezinha Perissinotto está preocupada com o futuro dos trabalhadores e o desmonte dos direitos adquiridos. Para Terezinha “é preciso fortalecer cada vez mais o sindicato, apostar no fortalecimento da categoria através da união de esforços e manter a mobilização sempre”.
Sempre atuante, a FEESSERS mais uma vez se fez presente junto aos trabalhadores de Soledade, diz o presidente Milton “porque esta mesma situação está sendo vivenciada em Tupanciretã, no Hospital Brasilina Terra, também em greve, e em outras instituições onde ocorrem atrasos salariais, falta de pagamento de férias, 13º, FGTS e INSS”. Para ele, “ a grande responsabilidade sobre esta crise, cada vez mais intensa no estado, é do governador SARTORI, que não priorizou em momento algum a saúde, cortou os investimentos dos hospitais e investimentos na área, não cumpre sequer o determinado na CLT e arrasta os trabalhadores neste jogo, onde sabemos que dinheiro existe e certamente vai aparecer em período pré-eleitoral”. Veja nas fotos a tensão e expectativa dos trabalhadores em relação às conversas realizadas ao longo da tarde
Rosa Maria Pitsch Soledade - RS
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