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04/08/2015
Aos poucos, foram chegando e se acomodando ainda meio receosos. Muitos vieram dispostos a contribuir com a discussão, outros estavam ali atraídos pela curiosidade e pela explosão de cores dos adereços que adornam o ambiente. Em pauta estava a privatização do SUS na contramão da democracia participativa e da valorização do trabalho. Se, a princípio, o espaço aconchegante da Tenda de Educação Popular e Saúde do Abrascão 2015 Oraida Abreu parecia chamar mais a atenção do que o assunto, logo a lógica se inverteu e o envolvimento foi inevitável.
Surpresos, na manhã da quinta-feira (30), com as revelações das estratégias dos planos de saúde para sufocar o maior Sistema Único de Saúde, as pessoas que visitavam a tenda se deram conta da gravidade da situação. É consenso entre pesquisadores, estudantes e representantes de movimentos sociais que a pressão de grandes empresários no Congresso Nacional tem direcionado a política de Saúde Pública.
Durante sua fala, a presidenta do Sindsaúde, Flaviana Alves, destacou a situação crítica da Saúde em Goiás. “Vivenciamos um abandono proposital da Saúde. Os gestores trouxeram as Organizações Sociais com a promessa de melhorar a assistência, mas o que percebemos foi o aumento dos gastos financeiros sem a expansão e a otimização do atendimento”.
Mudança na lei
Já a professora da Universidade Federal de Goiás, Jaqueline Lima, que também é membro da Frente Goiana Contra a Privatização da Saúde recordou que a mudança da Lei 8.080 de 1990 é um exemplo desta pressão contra o SUS já que, a partir de agora, ela libera a exploração da Saúde no Brasil por empresários estrangeiros.
Os estudantes também se manifestaram e ressaltaram a necessidade de mudar a lógica do lucro na área da Saúde. Para a estudante do curso de Nutrição da UFG, Maria das Graças, é necessário que o aluno tenha uma formação crítica e seja formado para ser um profissional que a sociedade precisa e para isso “ele deve estar presente em todos os espaços de discussão de saúde ampliada”.
Mobilização popular
A Tenda Oraida Abreu tem realizado diversos debates de forma paralela às outras atividades do Abrascão 2015. Uma das organizadoras da tenda e diretora do Sindsaúde, Ivanilde Batista, explica que o espaço é fruto da mobilização do movimento popular e serve “de discussão e de trocas de experiências sobre os diversos saberes em saúde coletiva”. Segundo ela, “a tenda esta aberta à comunidade e isso possibilita um debate político e estratégico sobre a saúde que queremos”.
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