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Enfermeiros fazem história e param Avenida Brasil na luta contra as demissões

10/06/2015

Movimento caracteriza protesto contra as demissões de enfermeiros pelo Ministério da Saúde, em clara violação do direito constitucional ao duplo vínculo

Escrito por: Sindenfrj

 

 

Centenas de enfermeiros e enfermeiras fizeram uma manifestação marcante no entorno do Hospital de Bonsucesso na quarta-feira, dia 3 de junho, que culminou com uma passeata que parou a Avenida Brasil. Em pauta, o protesto contra as demissões de enfermeiros  pelo Ministério da Saúde, em clara violação do direito constitucional ao duplo vínculo.

 

“Todas as promessas do ministro da Saúde, Arthur Chioro, feitas na mesa de negociação conosco, foram descumpridas. O novo parecer vinculante da AGU não vira nunca realidade. Agora, para nós enfermeiros, a hora é de ocupar as ruas em defesa dos nossos direitos. E esta luta é de todo mundo. Não só dos enfermeiros e demais profissionais de saúde, mas também de todos os doentes que sofrem nas filas, que sentem na pele a falta dos enfermeiros que estão sendo demitidos. É bom que todos saibam que o governo demite para contratar terceirizados por um salário bem menor do que o nosso piso profissional”, denunciou Mônica Armada, presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio.

 

Animada pelo ator Marcos Hamelin, que, junto com os metais da orquestra Furiosa, fazia paródias de músicas populares alusivas ao descumprimento das promessas por parte do ministro Chioro, a passeata seguiu pacífica, colorida e combativa. Nem mesmo a paralisação da Avenida Brasil por cerca de meia hora abalou esse espírito.

 

Andrea Lourenço de Freitas, uma das enfermeiras demitidas em razão do duplo vínculo, que acompanhava o protesto, não escondeu sua indignação e o drama que vive atualmente: “O salário que recebia no Hospital de Bonsucesso correspondia a 70% da minha renda mensal. Tomaram a decisão de me demitir como seu eu estivesse cometendo alguma ilegalidade. Isso é um absurdo. Tenho dois filhos pequenos para criar e perdi o meu salário de uma hora para outra. Fiquei sem chão. Eu nunca deixei de cumprir minhas obrigações e fiz sempre o que é permitido por lei. Como faço agora? As contas não esperam. Estou tomando remédio contra a depressão”, desabafou.

 

Para o diretor da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues, a manifestação de hoje foi só o começo, embora tenha sido a maior já ocorrida no Hospital de Bonsucesso. “Chega de demissão. Esse foi apenas o primeiro passo. Se continuarem com essa política de demissões, vamos trazer para o protesto várias outras categorias, como bancários e metalúrgicos. Vamos trazer todo mundo e parar o hospital”, alertou Marcelo.

 

 

 

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