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Trabalhadores da saúde de Minas Gerais denunciam falta de segurança nos hospitais

29/09/2014

A luta para garantir condições de trabalho continua; trabalhadores irão até suspender suas atividades se necessário

Escrito por: Sindsaúde MG



 

Foi realizada na quarta-feira (24/09), uma audiência pública convocada pelo vereador Doutor Sandro, para discutir a insegurança nos hospitais da rede FHEMIG, especialmente no Galba Veloso. Os trabalhadores denunciaram a omissão do presidente da FHEMIG, Antonio Carlos de Barros, que não compareceu a audiência, tendo como representante o chefe de gabinete Fernando Guimarães.

 

Durante a reunião foram destacadas: a falta de segurança nos hospitais, principalmente no Galba Veloso, que faz atendimento psiquiátrico; a mudança no perfil dos pacientes, que estão cada vez mais agressivos; a falta de infraestrutura para atendimento dos pacientes;  a falta de capacitação dos trabalhadores, entre outras falhas.

 

Fernando Guimarães afirmou que estão estudando a possibilidade de implantação de segurança eletrônica e armada no Galba Veloso, e que questão do alto custo é um dos entraves para que aconteça. Mas enquanto a Fhemig estuda possibilidades, os servidores trabalham sem nenhuma garantia de segurança.

 

Marta de Freitas, engenheira do trabalho, apresentou alguns dados que indicam a gravidade da situação desses hospitais. Segundo Marta, em relatório apresentado em 2009, as comissões de vigilância detectaram um número de 4 acidentes de trabalho, já no relatório de 2013 foram detectados 54, sendo que 84% desses acidentes são decorrentes de agressão física.

 

Marta também ressaltou que a falta de infraestrutura dos hospitais que pode gerar essa agressividade nos pacientes. Segundo a engenheira, a ala feminina dos pacientes no Galba Veloso não tem área de recreação, determinada pelas normas de hospitais psiquiátricos. “Os pacientes estão piores do que nossos presos”, afirmou.

 

Vários relatos de vidros quebrados nas janelas, que podem ser usados como armas pelos pacientes, ausência de segurança na entrada do hospital, falta de uma saída de emergência, entre outras reivindicações, que, segundo a diretora do Sind-Saúde, Neusa Freitas, “deveriam ser atendidas urgentemente, antes que um funcionário ou um paciente morra vítima desse descaso”, alegou.

 

Fernando Guimarães não respondeu a nenhuma das reivindicações ao final da audiência, deixando os servidores mais uma vez sem uma posição da FHEMIG.

 

Doutor Sandro encerrou a audiência com a proposta de criação de uma comissão que possa apresentar um estudo para o Governo, esse estudo poderá ser feito com a colaboração dos funcionários, que enfrentam diariamente os problemas em seu local de trabalho. Sandro ainda afirmou que a ata da reunião será encaminhada para o Ministério Público.

 

A luta para garantir condições de trabalho continua. Os trabalhadores irão até suspender suas atividades se necessário. 

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