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O INSS de São Paulo caminha para o desastre

13/06/2014

As entidades sindicais têm discutido a questão dos tempos de atendimento, que são muito curtos e têm dificultado a qualidade dos serviços

Escrito por: SINSSP

 

Em maio, uma videoconferência da Superintendência do INSS com determinadas gerências discutiu soluções na melhoria dos indicadores no estado de São Paulo. Nesta reunião, foram propostas pela superintendente Dulcina Aguiar e seu Chefe da Divisão de Atendimento (DIVAT), Ricardo Ferro, as seguintes saídas.

 

1) Colocar 50% do servidores das APS que tiverem Tempo Médio de Espera por Agendamento (TMEA) acima de 50 dias no atendimento dos agendados;

2) Diminuir o tempo de agendamento dos  benefícios de 45 minutos e 1 hora;

3) Envelopar os processos;

4) Montar Grupos de Trabalhos em São Paulo, com servidores do estado, para analisar os processos envelopados;

5) Enviar esse processos envelopados para as gerências que estiverem com bons indicadores para serem analisados.

 

O SINSSP entende que todas essas ações vão piorar ainda mais a situação. Vejamos o por que:

 

Em 2013, o estado de São Paulo teve cerca de 4 milhões de insucessos, o que representa a quantidade de segurados que tentaram agendar seus benefícios pelo número 135 e não conseguiram. Isso significa que temos uma demanda reprimida muito grande.

 

Com as ações sugeridas, a tentativa é colocar toda essa demanda para dentro e diminuir o TMEA. Provavelmente isso venha a ocorrer, mas como ficarão os outros serviços da APS, principalmente o espontâneo, que representa mais de 70% dos atendimentos?

 

O INSS fala sempre em atendimento de excelência, mas vamos voltar aos velhos tempos de envelopar processos. Não esqueçamos que a ação civil pública contra a gerência de Campinas só aconteceu por conta desta política desastrosa dos governos anteriores ao do ex-presidente Lula.

 

As entidades sindicais têm discutido a questão dos tempos de atendimento, que são muito curtos e têm dificultado a qualidade dos serviços. Sendo assim, é um absurdo pensar em diminuir tempo de atendimento.

 

Enviar processo para outras gerências é outra medida inviável. Estes protocolos ficarão na conta de quem? Da gerência que protocolou e da que teria recebido? E no caso de exigências, onde serão entregues? 

 

A política de grupos de trabalho no INSS é recorrente e deixa muito nítido a falta de servidores no estado de São Paulo. 

 

Os principais efeitos colaterais dessas ações, sem sobra de dúvidas, ocorreram no Turno Estendido e principalmente no IMA-GDASS. No Turno Estendido, a partir do momento em que se aumenta o contingente de servidores no agendado, pois ficarão descobertas outras áreas na APS, como a retaguarda e o espontâneo. Com isso, outros indicadores serão influenciados a piorar. O Turno Estendido estará comprometido.

 

Com a entrada dos processos envelopados certamente haverá aumento do acervo. E com a maioria dos servidores no atendimento, quem vai despachar? O grupo de trabalho dará conta? Os servidores de São Paulo estarão correndo sério risco de perdas financeiras.

 

O SINSSP já fez pedido de audiência com o presidente do INSS, para discutir a situação de São Paulo. Bem como já propôs para a Superintendência a suspensão de 180 dias de Avaliação do Turno Estendido, com o intuito de construir saídas não prejudiciais ao segurado e, principalmente, aos servidores.

 

Caso as ações acima listadas venham a ser aplicadas, vamos chamar a categoria  para preparar medidas contra o desastre que se avizinha. 

 

Escrito por SINSSP

 

 

 

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