Aconteceu na manhã do último dia 30 (quarta-feira), o Ciclo de Debates promovido pela CUT-BA, no auditório do Sindprev/BA, em comemoração ao Dia do Trabalhador – 1º de maio. Na véspera de uma importante data para a classe trabalhadora e com a proximidade da copa do mundo, o tema do debate foi “Copa do Mundo e Relações de Trabalho”.

Valdemir Medeiros, diretor da Secretaria de Administração e Finanças do Sindprev/BA e coordenador da CUT BA, fez as saudações dando início ao debate sobre as relações de trabalho no megaevento esportivo deste ano. No 1º momento do debate Luiz Denis, assessor da SEPLAN – Secretaria do Planejamento do Estado da Bahia, falou da importância do turismo e do investimento do governo de inserir o Brasil no rol dos grandes eventos internacionais. Em contrapartida, ele mostra que cada vez mais existe a intervenção de empresas privadas no entorno da Copa, na qual o Estado acaba por abrir mão da sua autonomia em virtude dos interesses privados – e é isso que revolta o movimento sindical (33 mil postos de trabalho não remunerados).

A partir disso, o papel do movimento sindical é manter uma fiscalização mais firme nos empregos temporários na copa do mundo, além de acompanhar o acordo feito dos sindicatos com o governo no dia 05 de fevereiro, com um termo de compromisso pelas de condições de trabalho descente para os trabalhadores.

Ainda nesse contexto, Tiago Cordeiro, Consultor de Assuntos Estratégicos da Copa da SECOPA – Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, reafirmou a importância de um megaevento no país e mostrou que os grandes investimentos em estrutura tem um retorno para a cidade, com uma grande circulação financeira na economia em diversos setores, com 48 mil novos empregos no setor de turismo, embora haja emprego para 18 mil voluntários.

Para Tiago, a copa tem que ser vista como um novo eixo de desenvolvimento no país, no estado e na cidade, por se tratar de uma oportunidade de captar investimentos importantes.  A Arena Fonte Nova, por exemplo, mesmo sendo uma parceria público-privado, traz para a cidade a inserção do cenário de show business – em que cabem 50 mil espectadores, com um padrão internacional. Ele cita ainda a requalificação do aeroporto e a construção do Porto, mas reconhece que independente da copa esses investimentos deveriam acontecer. Além disso, ele coloca em questão a qualificação profissional que vem sendo oferecida – taxistas, imprensa, baianas de acarajé, transporte, hotel, entre outros.

Em um segundo momento do debate os participantes discutiram o papel da classe trabalhadora nas manifestações durante a Copa, com o presidente da ABI – Associação Baiana de Imprensa, Ernesto Marques, com a secretária de Formação do PT BA, Elen Coutinho, e o representante do Movimento Passe Livre, Walter Takamoto.

Para Walter Takamoto somente a minoria é que vai se beneficiar com a copa, pois a população de Salvador e da Bahia vive em condições sociais precárias, principalmente o subúrbio.  Ele defendeu a classe trabalhadora e a luta do povo pobre mobilizando as pessoas para lutar e fazer as suas reivindicações durante a copa.

Nessa mesma sequência, Ernesto Marques questiona a educação e a saúde, que deveriam ser padrão FIFA. Por isso, ele reafirma a importância de ir para as ruas, onde a imprensa também entra nessa jornada. Logo em seguida, Elen Coutinho debateu a respeito dos gastos para a copa e qual o nosso papel nas manifestações da copa. “Vamos precisar debater a nossa democracia brasileira na copa e a juventude que vai para as ruas pedir padrão FIFA, deveriam repensar e exigir padrão Cuba, ou seja, tudo de graça”, afirmou ela.

Dando fim ao ciclo de debates Valdemir encerrou com a proposta de se realizar em breve um debate sobre a previdência pública, previdência privada e fator previdenciário, a ser confirmada para o dia 16 ou 30 de maio, com toda a classe trabalhadora.

ASCOM SINDPREV/BA

Texto: Priscila Teixeira