CNTSS > LISTAR NOTÍCIAS > DESTAQUE CENTRAL > SERGS DEFENDE CONTRATAÇÃO DE MÉDICOS ESTRANGEIROS DURANTE AUDIÊNCIA PÚBLICA
05/09/2013
Em audiência pública ocorrida na manhã desta quarta-feira (4), na Assembleia Legislativa, o Sergs se posicionou favorável ao programa Mais Médicos e à contratação de médicos estrangeiros para atuar no Brasil em caráter emergencial.
“A medida do governo federal é louvável. Se os médicos não querem ir para o interior, é preciso resolver essa situação. Também é fundamental que os médicos compreendam o conceito de trabalhadores do SUS. Eles também são trabalhadores”, indicou a presidenta do sindicato, Cláudia Santos.
A dirigente destacou que a garantia de acesso à saúde pública para todos é um tema que precisa se fazer presente em todas as instâncias, motivo pelo qual o sindicato se fez presente à audiência. O Sergs fez coro ao posicionamento da maioria das entidades representativas de trabalhadores e usuários da saúde presentes ao encontro, defendendo o Sistema Único de Saúde e a necessidade de avaliar a situação sob a perspectiva da população.
Também defendeu que o programa deve vir acompanhado de outras ações na área, como a fixação de 10% do orçamento da União no financiamento à saúde, a implantação do serviço social obrigatório para todos os profissionais formados com recursos públicos e plano de carreira para todos os trabalhadores da área, com isonomia entre os profissionais de nível universitário.
Cláudia também repudiou a forma xenofóbica e racista como o tema esta sendo tratado pelas entidades médicas, fazendo referência ao episódio ocorrido em Fortaleza (CE) no final de setembro, quando médicos brasileiros ofenderam colegas cubanos, chamando-os de escravos e incompetentes.
A audiência foi promovida pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente e discutiu a contratação de médicos estrangeiros no Brasil, em especial no Rio Grande do Sul, e a revalidação dos diplomas médicos obtidos no exterior. O debate foi conduzido pelo presidente do grupo técnico, deputado Adilson Troca (PSDB), com a participação de profissionais da saúde e autoridades municipais e estaduais.
O médico e professor adjunto do curso de bacharelado em Saúde Coletiva da UFRGS e diretor do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), Alcides Silva de Miranda, integrou o grupo que rebateu representantes de entidades médicas presentes à reunião, que afirmaram existir médicos suficientes no país. Apontou que há 400 mil médicos, mas que é preciso saber onde eles estão e o que fazem, indicando que são poucos aqueles com dedicação exclusiva ao SUS ou atuando nas periferias dos grandes centros urbanos. Miranda afirmou que o sistema de saúde cubano é um dos melhores do mundo, focado na saúde e não em sua mercantilização.
Anahi Fros (MTb. 9420)
Conteúdo Relacionado
