CNTSS > LISTAR NOTÍCIAS > DESTAQUE CENTRAL > SERGS PARTICIPA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DISCUTIR REPASSE DE RECURSOS
26/08/2013
A manhã da quarta-feira (21/08) foi marcada por uma reunião com fortes falas e uma clara constatação: o aumento substancial no repasse de recursos pelo governo do Estado para os hospitais públicos não tem refletido na melhoria das condições de atuação e aumento de salário dos trabalhadores da saúde, criando um forte impasse nas negociações salariais, que poderá acarretar em greve.
Este foi o principal recado deixado pelos sindicatos que compõem a Campanha Salarial Unificada dos Trabalhadores da Saúde 2013 durante audiência pública no Plenarinho da Assembleia Legislativa para discutir as condições de trabalho, salário e jornada de funcionários que atuam nos hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS). O encontro ocorreu a pedido de entidades sindicais do setor, entre elas o Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Rio Grande do Sul (Sergs).
Presidido pelo deputado Adilson Troca (PSDB), o debate foi proposto pelo deputado Valdeci Oliveira, coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Jornada de 30 horas para os Profissionais de Enfermagem, a pedido de entidades sindicais do setor. Os deputados Jeferson Fernandes, presidente da Comissão de Direitos Humanos da AL, e Marisa V Formolo, ex-presidente da Comissão de Saúde, participaram da reunião, ressaltando que o aumento dos recursos para a saúde deve qualificar, também, as condições de trabalho dos profissionais da área.
Na abertura da discussão, o deputado Troca leu documento encaminhado pelas entidades à comissão apontando a sobrecarga de trabalho e salários defasados.
A diretora de Comunicação do Sergs e presidenta eleita da entidade, Claudia Santos, reiterou que, nos últimos anos, têm aumentado os repasses para os hospitais filantrópicos, mas que esses investimentos não chegam aos trabalhadores.
Segundo ela, a categoria tem sido tratada como desrespeito e “corre o risco de parar”. Ainda conforme a enfermeira, entre as pautas prioritárias da categoria estão a redução da jornada de trabalho, a regulamentação do piso regional, o pagamento de adicional noturno e de especialização e a questão das cláusulas sociais. Segundo ela, diferentemente do que se viu em 90% das negociações salariais de outras categorias no primeiro semestre, os trabalhadores da saúde não tiveram qualquer aumento real.
Como coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Jornada de 30 horas para os Profissionais de Enfermagem, o deputado Valdeci Oliveira disse que tem percorrido o Estado e verificado outras questões que também afetam a categoria. Registrou que, embora não possa interferir na questão salarial, é possível agir no âmbito político. Segundo Valdeci, nos últimos anos, embora se tenha verificado um aumento progressivo nos investimentos em saúde, eles não vinham se refletindo em melhorias para os trabalhadores e o que estava em discussão também, segundo ele, era a utilização dos recursos públicos.
Para a deputada Marisa Formolo (PT), não se pode falar em humanização da saúde apenas em relação ao paciente. "É preciso levar em conta também a situação dos trabalhadores", disse.
Durante o encontro, foi ressaltado que a questão do aumento salarial também é uma linha de humanização do SUS. É preciso cuidar do cuidador, indicaram os profissionais da saúde.
Jornalista responsável: Anahi Fros (MTb. 9420) - Com informações do gabinete do deputado estadual Valdeci Oliveira
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