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CUT e movimentos sociais transformam centro de São Paulo em palco da Humanidade contra Bush

29/01/2008

Escrito por: CUT

“Abaixo o imperialismo e viva o socialismo”

O Dia de Ação e Mobilização Global contra o imperialismo, convocado pelo Fórum Social Mundial, levou às ruas do planeta neste sábado, 26 de janeiro, milhões de homens e mulheres em mais de 90 países, que se pronunciaram contra o neoliberalismo, a guerra e o racismo, afirmando a necessidade da construção de um outro mundo, em que prevaleça o sentimento de paz e solidariedade, e se respeite o direito das nações e povos à sua autodeterminação.
O Portal do Mundo do Trabalho acompanhou de perto a mobilização convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) na capital paulista, que transformou o centro velho num grande palco da Humanidade contra a política de agressão, pilhagem e devastação implementada pelo imperialismo norte-americano, caracterizado por um boneco de George W. Bush.

Esbanjando alegria e bom humor, os manifestantes se integraram aos diferentes clãs e participaram do gigantesco confronto cênico ridicularizando o discurso da elite branca, identificando no ato o império, a mercantilização e a barbárie. A partir das 14 horas, homens, mulheres e crianças começaram a chegar aos locais combinados, onde cada movimento social tinha previamente organizado o seu o clã, com bandeiras específicas.

A elite branca representando o império, Davos, G-8 e as transnacionais; o vermelho, simbolizando a reforma agrária, a defesa da agricultura familiar, da integração latino-americana, da soberania energética e do aqüifero Guarani; o azul, a defesa do emprego, dos serviços e dos servidores públicos, da Previdência, dos direitos sociais trabalhistas, maior taxação dos bancos e a reforma da educação, e o clã amarelo, a luta pela moradia e reforma urbana, pelos direitos das mulheres e negros, contra a violência e todo tipo de discriminação, por políticas afirmativas e de inclusão.

Risos

Bandeiras à parte, quem passava pelo viaduto deu grandes gargalhadas ao ouvir os discursos caricaturais da turma pró-Bush, como a música do filme Tropa de Elite ou palavras de ordem como “O Iraque é nosso!” e “Mulher é mercadoria”, entoadas por atores e manifestantes que interpretavam o discurso racista. “O branco tem todas as cores/ vocês são muito radicais/ praticamos Deus mercado/ e para nós isso é demais!”, “Fora, fora/ governo popular/ a América Latina é do império/ e não vai nunca mudar”, provocavam, trajados de Tio Sam, Rede Globo, Syngenta ou G-8. Prontamente, cada cor reagia, erguendo faixas e cartazes, entoando marchas ou canções que dialogavam com suas reivindicações.

“Soy loco por ti América! Sonho com a revolução/Reforma urbana e agrária/hoje é a nossa solução. O Clã Vermelho tá disposto/ A construir uma nação/onde pão, petróleo e água/sejam riquezas de integração”; “Diarista ou mensalista/ Somos um povo trabalhador/ na escola ou sindicato/ libertários com fervor!/ Nossa luta contra o Império/ você vai ter que aderir/ outro mundo pra criar/ o branco hoje vai cair”; “A jornada de trabalho e/ a educação dos meus irmãos/ tem que ser melhor pensada/ pra construir a nação!/ Cada um tem sua tribo/ e o seu jeito de dançar/ Deus Mercado todo branco/ Quero te contaminar!”

Diante da diversidade de cores e movimentos, a elite branca ficou cercada, sendo fulminada por centenas de bexigas coloridas (com tinta lavável) e tendo Bush inteiramente destruído. Para não correrem nenhum risco e impedir que se recompusesse, os manifestantes atearam fogo no “Terrorista nº1”, sob aplausos e risos da população.

De acordo com Antonio Carlos Spis, da executiva nacional da CUT e da CMS, que coordenou o evento, a realização de um ato com esta pujança, sábado, no centro da capital, após um feriado (São Paulo comemorou 454 anos no dia 25 de janeiro), demonstra a capacidade de mobilização do movimento sindical, social e estudantil, e o diálogo que as bandeiras do Fórum Social Mundial conseguiram estabelecer com a sociedade. “No Brasil inteiro, em cerca de 20 capitais, estamos realizando ações afirmando que um outro mundo é possível, com paz, soberania, desenvolvimento e justiça social. Estamos de mãos dadas com companheiros e companheiras de quase uma centena de países para dizer não à violência, à exploração, ao desastre ambiental e à negação de direitos, para dizer um sim à vida e à igualdade, para dizer não ao imperialismo norte-americano”, ressaltou Spis.

Presente à manifestação, o secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício, frisou que “o espírito do Fórum Social Mundial é o da solidariedade, da luta por um novo mundo, que não pode ter no mercado um deus ao qual devamos prestar vassalagem”. “Queremos democratizar o Estado e garantir melhores condições de vida e trabalho para o povo, queremos desenvolvimento com geração de emprego e distribuição de renda, queremos reformas para estimular a produção nacional e combater a especulação, defendemos que o patrimônio do país sirva para o nosso próprio progresso e desenvolvimento”, enfatizou Felício.

Para o secretário de Comunicação da CUT-SP, Daniel Reis, “o ato cumpriu plenamente com os seus objetivos, demonstrando que os movimentos sociais estão unidos e conscientes do seu papel na construção de um novo país, pressionando para que o Estado retome o seu papel de alavancar o desenvolvimento”. Daniel denunciou a chantagem de setores da direita e da mídia que, após terem acabado com os R$ 40 bilhões da CPMF, sangrando o Orçamento, agora fazem de tudo para que haja cortes nas áreas sociais. “A nossa mobilização deixou claro que somos contra o corte de gastos públicos que afetem os investimentos sociais e a favor da diminuição dos gastos com os juros da dívida”, acrescentou.

Contente com a mobilização, o chileno Luis Emílio Carrillo tremulava a bandeira do seu país e vestia camiseta com o rosto do seu presidente Salvador Allende - assassinado no palácio de La Moneda, em 11 de setembro de 1973, após bombardeio aéreo patrocinado pelo governo norte-americano. “Achei muito bom o ato de São Paulo, que falou também da solidariedade latino-americana, do apoio aos povos da Bolívia e da Venezuela, da solidariedade antiimperialista”, ressaltou.

Entre outros, participaram do evento militantes da UNE, UBES, CGTB, CTB, CNAB, Conem, Conam, Marcha Mundial de Mulheres, Movimento de Teatro de Rua, Rede Paulista pela Democratização da Comunicação e da Cultura, Articulação Mulher e Mídia, Cebrapaz e Intervozes.
No encerramento, em frente à Prefeitura Municipal, os manifestantes abriram uma grande faixa, sintetizando o espírito de cada um e de todos, na construção deste novo mundo: “Abaixo o imperialismo, viva o socialismo!”

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