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Governo diz que acordos e negociações serão mantidos, mas propõe adiamento. CUT promete mobilização

31/01/2008

Escrito por: CUT


O governo federal garante que vai manter os acordos já firmados com os servidores e também as negociações em curso, nos mesmos termos que existem no momento, apesar do fim da CPMF. Porém, propõe o adiamento das datas para que os acordos entrem em vigor, ou uma "repactuação", na terminologia usada por Paulo Bernardo em audiência realizada na noite de quarta (30) com lideranças sindicais de 20 categorias do funcionalismo.

"O governo federal deveria falar em mexer no superávit primário, em reduzir essa montanha de dinheiro usada para pagar juros da dívida", comentou o presidente da CUT, Artur Henrique, após tomar conhecimento do resultado da reunião. Para ele, a CUT e as entidades representativas dos servidores devem manter a mobilização para pressionar pelo cumprimento dos acordos.

Bernardo, com a argumentação de que o Orçamento de 2008 ainda não foi aprovado pelo Congresso Nacional e de que o aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e da CSSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) dos bancos ainda deve passar pelo crivo do STF (Supremo Tribunal Federal), avalia que o momento é de insegurança quanto aos recursos disponíveis. O melhor, opinou, é aguardar a definição desses dois processos e negociar mecanismos que compensem o adiamento.

Josemilton Costa, secretário-geral da Condsef (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), uma das principais entidades de servidores filiadas à CUT, informou que plenárias para discutir as mobilizações serão realizadas logo após o Carnaval.
Lúcia Reis, coordenadora do Escritório de Brasília e presença constante nas negociações entre servidores e governo, afirmou que a proposta negativa de "repactuação" de prazos não surpreendeu, pois o governo já vinha afirmando isso publicamente. Porém, em meio a essa turbulência, o inesperado foi a garantia de manutenção das negociações em curso e seus termos. "Não houve intransigência quanto a esses pontos", pondera.

Carlos Henrique de Oliveira, também coordenador do Escritório de Brasília, informa que a audiência serviu para que fossem cobradas providências quanto a outros problemas. "Reiteramos a exigência de respeito à organização e mobilização dos servidores. Deixamos claro também que o governo não deve se utilizar da recente decisão do STF de aplicar as regras do setor privado em greves no setor público, caso as categorias decidam por paralisações", diz.


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