A vigília de trabalhadores da saúde, delegados sindicais e diretores do SindSaúde-SP na Secretaria de Gestão Pública, realizada terça-feira (6), conseguiu que o governo estadual se comprometesse publicamente em enviar projeto de reajuste salarial no prazo de 15 a 20 dias e garantiu sua aprovação antes do período eleitoral.
Munidos com barracas, sacos de dormir e cobertor, os trabalhadores estavam dispostos a pernoitar em vigília até que houvesse uma negociação efetiva. Felizmente não foi necessário. Uma comissão do SindSaúde-SP e da CNTSS (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social) foi recebida pelo secretário de Gestão Pública, Sidney Beraldo. Ele informou que o Governo do Estado já tem um projeto salarial para a saúde, porém a Secretaria da Fazenda não aprovou o impacto financeiro.
Segundo o secretário, o projeto prevê reajuste salarial e incorporação de gratificação, mas não quis falar em valores nem identificar a gratificação. Como o projeto partiu da Secretaria da Saúde, o secretário Sidney Beraldo achou melhor a Secretaria da Saúde apresentar o projeto ao Sindsaúde-SP. Mas ele garantiu que no prazo de 15 a 20 dias o projeto será encaminhado para votação na Assembléia Legislativa e estará aprovado dentro do prazo determinado pela lei eleitoral, que proíbe aumentos salariais no período próximo às eleições.
Também já foi agendada reunião na próxima segunda-feira, 12-05, na Coordenadoria de Recursos Humanos da Secretaria da Saúde, para que sejam apresentadas as propostas ao Sindsaúde-SP.
Em relação à regulamentação da jornada dos administrativos, o secretário de Gestão Pública informou que os novos funcionários já entrarão pelo quadro específico da Saúde, porém o debate jurídico em relação aos atuais administrativos continua.
Apesar de o SindSaúde-SP estar se reunindo com as Secretarias da Saúde e de Gestão Pública há mais de 15 meses, a Secretaria da Saúde encaminhou proposta sem apresentá-la ao Sindicato. Mas com a mobilização, a Secretaria da Saúde deve apresentar as propostas ao SindSaúde-SP na segunda-feira, 12/05.
A vigília foi uma importante estratégia da Campanha Salarial. Houve ampla divulgação para a imprensa, a população, entidades sindicais e movimentos populares. A presença do presidente da Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa de São Paulo, deputado Adriano Diogo (PT), e do presidente, Carlos Ramiro, e do diretor Roberto Guido, ambos da Apeoesp, do Sindicato dos Radialistas e do movimento popular da saúde, fortaleceu a luta dos trabalhadores da saúde.
Diante da perspectiva de avanços efetivos na negociação, os dirigentes e delegados sindicais decidiram suspender a vigília, deliberando nova reunião do Conselho Estadual de Delegados Sindicais de Base no dia 16 de maio para avaliar as propostas que a Secretaria da Saúde deve apresentar ao Sindsaúde-SP no dia 13 de maio.
Ao encerrar a vigília, o presidente do SindSaúde-SP, Benedito Augusto de Oliveira, se mostrou otimista. "A disposição das companheiras e dos companheiros em permanecer em frente à Secretaria de Gestão Pública, com a possibilidade de dormir ao relento nesse frio de outono, foi o sinal de que a categoria está de fato mobilizada para a luta. E isso também ficou claro para o Governo."