O Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sintapi), junto com a CUT, CGTB, Força, UGT e as demais entidades representativas do segmento, realizaram um seminário nesta terça-feira, em São Paulo, para debater uma política de recuperação do poder de compra dos benefícios.
Na avaliação do presidente do Sintapi, Epitácio Luiz Epaminondas (Luizão), "o Seminário serviu para aprofundar o diálogo e acordar uma ação comum entre as entidades, o que é decisivo para que nos façamos ouvir pelas autoridades em Brasília". "Somos milhões, e exigimos respeito. O que não dá para admitir é que existam recursos para pagar juros aos especuladores, mantendo o superávit primário elevado, e não haja dinheiro para valorizar pensões e aposentadorias. Se o governo ampliou a arrecadação, se começou a receber dos sonegadores, é justo que uma parcela fique com a Previdência, para fortalecer seu caráter público, para fazer justiça social", declarou Luizão.
"Nos manifestamos em favor da negociação e o estabelecimento de uma política de ganhos reais, voltada à recuperação do valor de compra dos benefícios previdenciários. Assim como foi negociado pelas centrais sindicais e aplicado pelo governo ao salário mínimo, deve se estabelecer o mesmo em relação às aposentadorias, acima do piso nacional", afirma a nota conjunta das entidades.
O documento lembra às autoridades que o aumento dos salários dos trabalhadores da ativa e dos salários-benefícios dos aposentados e pensionistas alavanca o crescimento da economia, o que já foi percebido pelos empresários, principalmente em relação ao consumo das classes D e E. "Tanto é que já alteraram a produção e as vendas focadas agora, para atender a essas camadas da população. Ademais, é sabido que os aposentados e pensionistas são hoje o esteio de muitos lares brasileiros", destaca a nota.
"Em defesa da justiça social, propomos o aumento dos salários-benefícios vinculado ao reajuste do salário mínimo, tendo como limite o teto da Previdência. Temos a convicção de que este dispositivo garantirá um aumento significativo dos benefícios, ao mesmo tempo em que permitirá a continuidade da política de valorização do mínimo", esclarecem as entidades.
Centrais e sindicatos nacionais de aposentados e pensionistas lembraram ainda que "a recuperação das perdas acumuladas ao longo do período exige do governo federal maior atenção às condições de vida e aos direitos de homens e mulheres que contribuíram ao longo de décadas para o desenvolvimento nacional". "Comprometidos com a materialização destas bandeiras, conclamamos os companheiros e companheiras de todo o país a se somarem nesta caminhada, não só pelo presente e pelo passado, mas acima de tudo pelo futuro, pelas novas gerações", conclui o documento.
Entre outros, participaram do evento Frederico Luiz Barbosa Melo, do Dieese; Floriano José Martins, da Associação Nacional dos Fiscais da Previdência (Anfip) e Carlos Eduardo Gabbas, secretário executivo do Ministério da Previdência.