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Igualdade salarial no setor público: precisamos acabar com esse mito

11/03/2009

Escrito por: Secr. de Mulheres da CNTSS - Célia Regina Costa

A Secretaria de Mulheres da CNTSS vem em um crescente processo de estruturação. Para a construção dessa política é necessário o envolvimento dos sindicatos parceiros. A seguridade social, apesar de constituído em sua maioria ,por mulheres com grande experiência na militância política, ainda tem muitos desafios pela frente.

Segundo o Dieese/Seade, a discrepância entre os rendimentos por gênero no Brasil, é a maior do mundo, de acordo com estudo divulgado pela Confederação Nacional dos Sindicatos (Ituc na sigla em Inglês), feito com cerca de 300 mil trabalhadores em 20 países, onde as brasileiras ganham, em média, 34% menos do que os homens.

Há um mito que no setor público, diferente do setor privado, que todos ganham salário igual, porque passam igualmente por concurso publico. Vamos acabar com esse engano.
No seu local de trabalho você já observou quantas mulheres são encarregadas, chefes, diretoras, coordenadoras ou supervisoras? Na composição salarial quantas companheiras ganham insalubridade, adicional noturno e outras pequenas vantagens? Só ai já se verifica várias diferenças no salário final do trabalhador. Não fica somente nisso. Tem aumentado as incidências das mais diversas patologias: hipertensão, diabetes, depressão, doenças ocupacionais e um dos fatores ainda de grande relevância que precisamos refletir são as questões de assedio moral que muito se tem falado e pouco divulgado.

Em relação ao movimento sindical, apesar de sermos maioria em nossos sindicatos, ainda somos minorias em cargos de decisão. Quantas de nós estão na presidência, na secretaria geral, na tesouraria, na imprensa, na política sindical ou mesmo na comissão de negociação dos sindicatos? Quantas mulheres estão nas plenárias, nos congressos , nos seminários? Precisamos ocupar mais esses espaços.

As mulheres sem marido e com filhos, apesar de terem participação expressiva são a ponta mais frágil do mercado de trabalho. Segundo a pesquisa do Dieese e a Seade, no Brasil, no setor público a diferença ainda é maior: as mulheres ganham 37,8 % menos que os homens - no setor privado, ganham 36,9 %.
Se isso não bastasse, trabalham 13% a mais que os homens e acabam, por serem em sua grande maioria, responsáveis pela família, tendo jornada dupla de trabalho, na vida profissional e na privada.

Esses são alguns pontos para que possamos refletir e juntos construir políticas que superem estas diferenças, para que possamos realmente ter igualdade de oportunidades na vida, no trabalho e no movimento sindical.
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