O Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (SERGS), vem a público exigir dos gestores e prestadores de serviços de saúde, providências no sentido de proteger quem cuida da saúde do povo gaúcho. A sobrecarga de trabalho é uma realidade diária vivenciada pelos profissionais enfermeiros nos diversos estabelecimentos de saúde.
Nos últimos tempos, apesar da mobilização dos trabalhadores(as) e das seus sindicatos, as autoridades pouco realizaram no sentido de melhorar a gestão e o financiamento em saúde.
No RS, a governadora Yeda já foi, inclusive, condenada a devolver aos cofres públicos os recursos não aplicados na saúde, conforme estabelecido constitucionalmente. O setor privado investe muito em ampliação de sua área física, mas pouco na melhoria das condições de trabalho. A sobrecarga de trabalho e falta de oferta adequada de serviços à população gaúcha é conseqüência deste descaso.
O que é realizado, que não é pouco, se deve muito mais a determinação e comprometimento dos trabalhadores da área, entre eles os enfermeiros(as), do que aos gestores que deveriam proporcionar condições dignas de trabalho e de atendimento.
Uma situação que só piora
O quadro de pandemia que se instalou no Estado em função da Gripe A (Influenza H1N1), veio piorar esta situação. Ela não ameaça apenas a população, que sofre com atendimento precário, mas também aos trabalhadores da saúde, que estão adoecendo, sem que os gestores tomem qualquer providência para proteger quem deve estar saudável para atender aos doentes que chegam aos hospitais e postos de saúde.
Como resultado, estamos vivenciando uma situação calamitosa em relação aos trabalhadores da saúde. A sobrecarga que já vinha produzindo adoecimentos, agrava-se em níveis insuportáveis.
Por mais que os enfermeiros e demais profissionais da área tenham compromisso com a saúde do povo, não estão mais suportando a sobrecarga e as precárias condições de trabalho a que estão sendo submetidos.
Por condições dignas de trabalho
São necessárias medidas urgentes no sentido de ampliar o quadro dos profissionais, com a reabertura de serviços saúde que estão fechados por má gestão, melhorias nas condições de trabalho dos profissionais da área e condições dignas para atendimento à população.
O SERGS sistematicamente vem lutando para garantir financiamento público adequado para a saúde. A entidade defende gestão e planejamento eficientes e eficazes, investimento do setor privado na valorização dos profissionais, jornada de trabalho de 30 horas semanais e dimensionamento de pessoal adequado. Neste sentido, queremos urgência:
• Na distribuição de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) adequados e fiscalização de sua utilização;
• Na implementação e utilização dos EPC (Equipamentos de Proteção Coletivos) adequados e necessários;
• Na implementação e manutenção das condições adequadas de trabalho, de forma geral, e especificamente em relação ao quantitativo e qualitativo de profissionais;
• No afastamento, sem ônus ao empregado, dos que fazem parte do grupo de risco de contaminação pelo vírus H1N1.
Exigimos respeito e valorização profissional.
Pelo imediato atendimento destas reivindicações