Segundo o presidente do instituto, o Butantã requisitou ao Reino Unido uma nova variante do novo vírus
O Brasil oficializou a compra de 18 milhões de doses de vacina contra o vírus da Influenza A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, do laboratório Sanofi Pasteur. O contrato, que será financiado com recursos do Ministério da Saúde, foi assinado na sexta-feira com a Fundação Butantã, do governo de São Paulo, que ficará responsável pela finalização da produção de 17 milhões de doses a granel. Outro 1 milhão de doses chegará pronto para uso, mas, segundo a fundação havia anunciado, passará por testes nos seus laboratórios.
Os valores da negociação não foram divulgados. Segundo Isaías Raw, presidente da Fundação Butantã, eles dependem ainda de aprovação de medida provisória no Congresso que prevê R$ 1 bilhão para a compra de vacinas. Segundo o fornecedor, o contrato prevê ainda um fornecimento opcional de 15 milhões de doses para a hipótese de a Organização Mundial da Saúde (OMS) determinar que a vacina de gripe sazonal seja paralisada para que se dê prioridade à fabricação de imunizantes contra o vírus da nova gripe.
"A vacina (a granel) será formulada com adjuvantes (componentes) do Butantã. É a primeira vez que é formulada com produto brasileiro. É uma parceria muito interessante. Se funcionar como esperamos, até os franceses podem usar nossa adjuvante", disse Raw, que espera que os testes apontem que haja imunização com apenas uma dose, pois assim o produto a granel poderá render mais. O início de testes com humanos, anunciado para este mês, ainda depende de aprovação de comitês de ética, informou ontem Raw.
Nova variante
Segundo o presidente do instituto, o Butantã requisitou ao Reino Unido uma nova variante do novo vírus, que cresce mais rapidamente em ovos utilizados para fazer as vacinas. "Com isso poderemos ter duas vacinas,uma mais tradicional, outra recombinante, e obter uma quantidade que eventualmente possa ajudar outros países." De acordo com Raw, a previsão é de que a variante chegue dentro de um mês. A fundação promete entregar os primeiros lotes de uma produção própria da vacina, feita totalmente no Brasil, no primeiro semestre do ano que vem.