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Artigo

Investir na capacitação do dirigente sindical - este é o caminho

Publicado: 16 Agosto, 2011 - 00h00

Joaquim Antonio -Diretor do SINDIPREV/Se e membro da Coordenação dos Federais da CNTSS

Até a década de 90, as formas de negociação ocorriam de forma linear tendo em vista os reajustes para toda a massa de trabalhadores, ou seja, havia a compreensão da unificação das bandeiras de luta em torno dos reajustes salariais e melhorias das condições de trabalho; este era sempre o eixo. As plenárias nacionais eram povoadas de várias categorias que, mesmo pertencendo a instituições diferentes, tinham o entendimento do eixo central: reajustes salariais para todos. As greves tomavam conta do Brasil de uma forma crescente sempre tendo no INSS, Saúde, Trabalho e Universidades os carros-chefes das paralizações, dando início ao desencadear das greves das outras categorias... efeito dominó que demorava surtir o efeito desejado, pela desorganização de alguns setores dos trabalhadores, ou pela negociação específica dos setores que lidavam diretamente com a economia brasileira; exemplificaremos aqui o fisco brasileiro

Lula no poder
No final da década de 90, o perfil do modelo administrativo brasileiro passou por modificações que influenciaram diretamente na forma da negociação com o governo. Chega ao poder o Presidente Lula, que prometia uma série de alterações significativas para os trabalhadores federais - ledo engano!
A equipe política do governo Lula conseguiu conquistar, face aos bons salários, os experientes sindicalistas que conseguiam discutir com o governo e mobilizar a classe trabalhadora, ou seja, os nossos “comandantes” mudaram de posição na mesa e passaram a defender o patrão.
Tendo em vista esta nova situação, os trabalhadores tiveram que se reorganizar para galgar vitórias nas mesas de negociação e nas ruas.

Ano 2000 - governo aposta no enfraquecimento do setor federal
Após a chegada de Lula ao poder, a equipe administrativa do governo passou a negociar separadamente com as instituições tendo como algoz a CASA CIVIL que definia com quem e a hora de negociar. Nesta fase, o governo fortalece as negociações via Mesa Setorial Permanente e Grupos de Trabalho, enfraquecendo as negociações gerais e a mobilização unificada dos trabalhadores federais buscando, claramente, implementar a política do “meu pirão primeiro” e a desorganização da classe trabalhadora - e quase conseguiu.

As novas formas de negociação
Os sindicatos tiveram que investir em dirigentes com potencial técnico e político capazes de organizar a classe trabalhadora e debater, tecnicamente, com o governo.
Este é o sindicato que apostamos. Investir sempre na formação dos dirigentes sindicais, é condição sine qua non de avanço e conquistas.
Não podemos nos pautar apenas de discursos políticos, mas nos debruçar sobre as leis para poder conquistar os avanços nas mesas setoriais e Grupos de Trabalho. Os nossos dirigentes têm que ter a condição de ir às ruas e ocupar espaços nas mesas do planalto para negociar com firmeza e qualidade no debate. Hoje o algoz do setor federal não é mais a Casa Civil, mas o Ministério do Planejamento que tem à frente o experiente sindicalista que conhece os movimentos políticos dos sindicatos.
É por isso que devemos investir na qualificação dos nossos dirigentes, porque sindicatos preparados nunca se curvarão nos debates nas mesas de negociação ou representando os trabalhadores nas ruas.

É nesta linha ideológica que o SINDIPREV/SE trabalha.