O líder do governo e relator da MP 475/09, que prevê reajuste para as aposentadorias de valor acima de um salário mínimo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que vai aumentar de 6,14% para 7% o percentual de correção previsto em seu relatório. Segundo ele, esse aumento foi autorizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e será retroativo ao dia 1º de janeiro.
Na semana passada, senadores governistas e representantes dos aposentados negociaram um índice de 7,71%, o que, segundo Vaccarezza, teria deixado os líderes na Câmara preocupados com a possibilidade de os deputados “não aparecerem bem” caso aprovem um índice menor. “O povo sabe separar o joio do trigo. Aproveitar um momento deste para fazer demagogia não é correto”, disse o deputado.
De acordo com Vaccarezza, o reajuste de 7% é “robusto” e representa um custo de R$ 5 bilhões ao governo se for considerada a diferença entre a proposta e a variação da inflação (3,45% entre fevereiro e dezembro do ano passado). O valor terá de ser transferido do Tesouro para a Previdência Social.
Desgaste
Apesar da posição do líder do governo, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) afirmou que se reuniu com o presidente Lula no sábado e recebeu dele indicação de que o Executivo estaria disposto a negociar o índice de 7,71% para evitar desgaste com o Senado.
Para Pereira, a imagem dos deputados será prejudicada caso a Câmara aprove a correção de 7% e o Senado, de 7,7%. “Não se pode fazer deputado de bobo”, disse.
A votação da MP foi tema da reunião de líderes nesta terça-feira, mas não houve acordo para incluir a proposta na pauta do Plenário. Segundo Vaccarezza, a votação pode ocorrer ainda nesta semana, mas o mais provável é que seja adiada. “Quem demora a votar está prejudicando os aposentados [porque o reajuste é retroativo]. Mas não há pressa, pois a MP expira em junho”, disse.
Reportagem - Rodrigo Bittar
Edição - Daniella Cronemberger