“Cumprimos o objetivo de fortalecer o Fórum da Igualdade”, avaliou ontem o presidente da Federação dos Empregados em Serviços de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (FEESSERS), Milton Francisco Kempfer, ao final do Diálogo O SUS como Promotor da Igualdade no Atendimento à Saúde. O evento, promovido pela Federação foi realizado nesta segunda-feira, 11 de abril, e contou com a presença de conselheiros municipais de saúde, presidentes e diretores dos SINDISAÚDES e da FEESSERS, além de trabalhadores do setor de saúde.
O evento que faz parte da programação do I Fórum da Igualdade, realizado pela CUT-RS e pela Coordenação dos Movimentos Sociais do RS, colocou em discussão os problemas que envolvem o atendimento e a preservação da saúde da população.
Para a Federação é necessário a criação de novas políticas públicas que assegurem os direitos básicos conquistados na Constituição brasileira, para que na prática, se altere a situação da qualidade de vida da população, que conseqüentemente, incide diretamente na questão da saúde.
No encontro, conduzido pelo presidente da FEESSERS, Milton Francisco Kempfer, foram diagnosticados os problemas enfrentados atualmente pelos profissionais da área, assim como os problemas enfrentados pela população que depende da assistência do Sistema Único de Saúde (SUS) e também foram sugeridas medidas que possam minimizar tais questões. Segundo Milton, o modelo de desenvolvimento atual da sociedade é uma grande produtora de doenças, sendo extremamente importante discutir o SUS de uma maneira mais abrangente. ”Atuamos no setor que é essencial para a sociedade, que é o setor da vida. Sem saúde, não há vida”.
Neste sentido, a conselheira de saúde e diretora do SINDISAÚDE de Cruz Alta, Eva Rosalina Vieira, ressaltou a importância do entendimento da finalidade do SUS, para que todos, usuários, profissionais e gestores da saúde, e governantes possam atuar de forma mais incisiva que garanta uma saúde de qualidade e eqüidade. “Perdemo-nos na essência do que é o SUS. É importante olhar com foco para como o Sistema se constituiu, para saber qual é o nosso papel”, complementou.
Outro ponto destacado no debate discorreu sobre a distribuição irregular dos recursos destinados para o setor da saúde. Conforme destacado pelo secretário geral da Federação, Emerson Cordeiro Pacheco é fundamental chamar a atenção do Estado para as suas responsabilidades.
Idair dos Santos Machado, secretário de patrimônio da Federação, defende que isto não pode ser confundido com indicações políticas. Para ele, é necessário que cargos de gestão sejam ocupados por pessoas capacitadas, que entendam sobre os diversos vértices que a saúde abrange, sendo categórico em afirmar que atualmente “falta uma gestão eficaz e dinheiro para manter o SUS”.
De acordo com a Heliege Wiviane de Azeredo Missel, secretária de comunicação da FEESSERS, cada setor da sociedade tem o dever de cobrar mais investimentos dos dirigentes políticos, uma vez que a saúde trata-se de um bem público. Além disso, ressalta que tais investimentos, devem ser utilizados em saúde preventiva e na melhora da qualidade de vida da população.
O evento também foi pautado pela necessidade de investimentos em educação. Entendendo ser essencial esclarecer aos cidadãos, questões básicas como a importância do cumprimento das consultas agendadas, a utilização dos recursos de tratamento da sua região, bem como, manter as práticas de prevenção de doenças. “Nossa luta é antiga e grande. Nossa próxima meta é educar a população a utilizar os recursos do município”, enfatiza a presidente do conselho municipal de saúde de Capão da Canoa, Ana Maria Nunes.
Além disso, os participantes também compreendem que os profissionais de saúde devem periodicamente estar sendo capacitados, para que prestem um atendimento qualificado com diagnósticos mais assertivos, evitando novas consultas desnecessárias em postos de saúde e em hospitais em geral.
Os presentes também reforçaram a importância de uma cooperação mais efetiva e comprometida entre os dirigentes de saúde, para que, através do coletivo, se possam angariar mais investimentos e recursos que transformem a realidade atual do atendimento básico. Os “conselhos municipais devem saber o quanto gastam e ganham, para poder investir sobre esses recursos”, acrescentou o assessor do SINDISAÚDE-RS, Marco Pires.
Para o presidente da FEESSERS, a disponibilidade de espaços para um diálogo aberto é fundamental para reflexão, análise e discussão de ações em prol de uma sociedade mais igualitária. A entidade em conjunto como SINDISAÚDE-RS, visa, ao longo do ano, promover outras atividades que dêem continuidade às questões tratadas neste debate. O diretor de imprensa do Sindicato, Júlio César Duarte, acrescentou que o saldo do debate foi extremamente positivo e produtivo. Ele reiterou que demais ações estarão sendo organizadas para firmar os pontos discutidos.” É importante olhar as questões que precisam ser melhoradas, mas também reconhecer o que está bom”, finaliza.
Evandra Jacques (MTb-14.979)
