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O que você precisa saber sobre a vacina e a importância da imunização no país

02/02/2021

A CUT, junto com as demais centrais, tem defendido a “vacina para todos” entre os cinco eixos para ação e mobilização unitária no ano de 2021

Escrito por: SINTSPREV MA /CUT

 

A imunização contra a Covid-19, enfim, começou no Brasil na segunda-feira (18/01) após a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar no domingo (17/01) o uso emergencial das vacinas CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, e AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford , no Reino Unido, com a Fiocruz.

 

Os dois imunizantes são os primeiros aprovados no país para o combate da pandemia do novo coronavírus. Diante do negacionismo do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) em ver a doença como grave e contagiosa, e ainda propagar fake news como o uso da cloroquina como prevenção à Covid-19, listamos aqui as mais importantes informações verdadeiras que você precisa saber.

 

Para que serve a vacina?

 

Ainda sem uma campanha e um calendário de vacinação, as dúvidas recorrentes são: quem vai ser chamado primeiro?; quem já pode se vacinar?; por que é importante a vacina?; quem tomar pode virar jacaré?; quem não pode tomar?

 

Primeiro, ninguém vira jacaré por tomar vacina e se proteger do coronavírus. Essa foi mais uma informação falsa entre as dezenas de fake news divulgadas por Bolsonaro. Segundo, a vacina contra a Covid-19 é fundamental para frear a pandemia que já matou mais de 209 mil brasileiros e infectou mais 8 milhões de pessoas. Ela serve também para a reabertura das cidades e das atividades econômicas de forma segura.

 

O objetivo, no entanto, é: garantir que o sistema imunológico de boa parte da população esteja preparado para defender o organismo quando encontrar o vírus e, assim, evitar o desenvolvimento da doença.

 

Quando começa a vacinação?

 

Após pressão dos governadores, o Ministério da Saúde informou que a vacinação nacional contra a Covid-19 começaria na segunda-feira (18/01).  Porém, mais uma vez, a equipe do ministro da saúde, o general Eduardo Pazuello, fez trapalhadas com os horários e logística dos voos que levariam, na segunda-feira ,  as doses da CoronaVac de São Paulo para os demais estados brasileiros.

 

Apesar dos atrasos alguns estados, além de São Paulo,  começaram a vacinar seus profissionais de saúde Rio de Janeiro, Santa Catarina, Goiás, Piauí, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Espírito Santo, Tocantins, Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, Mato Grosso, Paraná, Amazonas e Rio Grande do Sul. Todos os detalhes sobre a vacinação no Brasil ainda não estão claros, e há ainda incertezas devido a falta de insumos provenientes da China. O que se sabe até agora é que a Coronavac é a única vacina contra a doença no país que já está sendo distribuída.

 

A ideia do governo federal era começar a vacinação nesta quarta (20), porém os governadores pressionaram Pazuello a adiantar ainda mais o processo.

 

A imunização também começou nesta segunda-feira (18/01) em Campinas, interior de São Paulo. O governo paulista começa a distribuir doses, seringas e agulhas para imunizar funcionários de seis hospitais do estado: Hospital das Clínicas da USP em São Paulo; HC de Ribeirão Preto (USP); HC da Campinas (Unicamp); HC de Botucatu (Unesp); HC de Marília (Famema); Hospital de Base de São José do Rio Preto (Funfarme).

 

A Anvisa liberou o uso emergencial de 8 milhões de doses das vacinas sendo Coronavac (6 milhões) e Oxford/Astrazeneca (2 milhões). As doses da vacina de Oxford, que serão importadas da Índia, ainda não têm previsão de chegada ao país, após o fracasso de Bolsonaro em negociar com as autoridades daquele país, que se recusou a enviar o medicamento.

 

Quem vai tomar na 1ª fase?

 

A ideia é começar a imunização aos grupos prioritários que são: os profissionais de saúde da linha de frente no combate ao novo coronavírus, idosos que vivem em asilos com mais de 65 anos ou instituições psiquiátricas, indígenas e idosos a partir de 75 anos.

 

No entanto, após o recebimento das vacinas, caberá aos governos estaduais a data de início da vacinação e o agendamento dos grupos prioritários.

 

São Paulo, já começou a imunizar e distribuir as primeiras doses em profissionais da saúde e indígenas. O governo do estado pretende manter cerca de 1,4 milhão, um volume que não cobre a necessidades do número de pessoas prioritárias.

 

Cerca de 907,2 mil doses da vacina foram reservadas para os indígenas que vivem em aldeias, de acordo com o Ministério da Saúde. Ao todo, o país têm 6 milhões de doses da Coronavac.

 

Como saberei o lugar? O que precisa para eu me vacinar?

 

A aplicação deve obedecer uma ordem de grupos prioritários, a qual será divulgada pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde na quarta-feira (20/01).

 

De acordo com a Pasta, se o paciente ainda não for cadastrado nas bases de dados do órgão, o profissional de saúde poderá registrá-lo no momento do atendimento. No entanto, nem o Ministério da Saúde e nem o governo estadual sabem quais documentos serão necessários para se vacinar.

 

Eficácia da Coronavac e Oxford

 

A eficácia das vacinas também é outro ponto questionado por boa parte da população brasileira. Ao dizer que a Coronavac tem 50,38% de eficácia na imunização; 78% em casos leves e 100% para casos graves, é natural que as pessoas se confundam com esses números.

 

Os números significam que quem tomou a vacina tem 50% de chances do vírus não se instalar e outros 50% de se contaminar, mas o importante é que quem se contamina tem 78% de chances de não tem nenhum sintoma. Outros 22% pode ter sintomas.  Porém 100% das pessoas que tomarem a vacina terão sintomas leves, sem gravidade, não precisando de internação em hospitais.

 

Eficácia da vacina AstraZeneca.

 

A vacina do Reino Unido, produzida em parceria com a farmacêutica AstraZeneca e a Fiocruz, ainda não chegou ao Brasil, mas está sendo utilizada em diversos países, como a Inglaterra.

 

A AstraZeneca apresentou uma eficácia média de 70,4% na última etapa de testes. Um pequeno grupo que tomou meia dose da vacina chegou a ter 90% de imunização, mas para a maioria, que tomou a dose completa, primeira aplicação e o reforço, a eficácia ficou em 62%.

 

O governo diz que as carteiras de vacinação conterão o nome da vacina aplicada para que as duas doses necessárias não sejam de diferentes origens, já que não se sabe o efeito que isto resultaria.

Também não há informações sobre possíveis reações das vacinas em mulheres grávidas.

 

Veja a quantidade de vacinas que será distribuída para cada Estado, a partir de suas regiões:

 

Região Norte – 296.520 doses

– Rondônia – 33.040

– Acre – 13.840

– Amazonas – 69.880

– Roraima – 10.360

– Pará – 124.560

– Amapá – 15.000

– Tocantins – 29.840

 

Região Nordeste – 1.200.560 doses

– Maranhão – 123.040

– Piauí – 61.160

– Ceará – 186.720

– Rio Grande do Norte – 82.440

– Paraíba – 92.960

– Pernambuco – 215.280

– Alagoas – 71.080

– Sergipe – 48.360

– Bahia – 319.520

 

Região Sudeste – 2.493.280 doses

– Minas Gerais – 561.120

– Espírito Santo – 95.440

– Rio de Janeiro – 487.520

– São Paulo – 1.349.200

 

Região Sul – 681.120 doses

– Paraná – 242.880

– Santa Catarina – 126.560

– Rio Grande do Sul – 311.680

 

Região Centro-Oeste – 415.880 doses

– Mato Grosso do Sul – 61.760

– Mato Grosso – 65.760

– Goiás – 182.400

– Distrito Federal – 105.960

 

Demora e descrédito da eficácia da vacina é culpa de Bolsonaro

 

A falta de planejamento estratégico do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) na condução da crise há quase um ano deixou o país sem agulhas, sem seringas e com poucas doses de vacinas para imunizar os brasileiros.

 

Mesmo com os altos números de mortes e contaminações no Brasil, a guerra ideológica travada no país em torno da vacina é assustadora, fazendo com que boa parte da população brasileira rejeite a CoronaVac, por ser desenvolvida na China.

 

Há meses, Bolsonaro utiliza este discurso inflamado de que não compraria “vacinas chinesas”, mas a realidade o fez mudar o tom das suas declarações, já na segunda-feira, após a autorização da Anvisa na utilização das vacinas inglesa e chinesa no país. Pelas redes sociais, o presidente afirmou que a vacina “não de nenhum governador, é do Brasil”.

 

A CUT, junto com as demais centrais, tem defendido a “vacina para todos” entre os cinco eixos para ação e mobilização unitária no ano de 2021. 

 

 

CUT

 

 

Fonte: https://bit.ly/3apk5Kt

 

 

 

 

 

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