CNTSS > LISTAR NOTÍCIAS > ACONTECE > PADILHA CRITICA MUITA CONVERSA E POUCA AÇÃO DO GOVERNO NO COMBATE AO CORONAVÍRUS
18/03/2020
O governo de Jair Bolsonaro (sem partido) não está tomando medidas concretas para o enfrentamento a pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), que já infectou mais de 164.837 pessoas e matou mais de 6.470 em 146 países, afirmou o médico infectologista e deputado federal Alexandre Padilha (PT), durante debate sobre a doença, na sede da CUT Nacional em São Paulo, nesta segunda-feira (16).
De acordo ele, até este momento, mesmo com mais de 200 brasileiros e brasileiras infectados, há muitos anúncios em entrevistas, muita conversa e pouca ação por parte das autoridades de saúde do país. Até agora nenhum médico a mais foi contratado para a rede pública de São Paulo, nenhum leito novo foi aberto, nem de enfermaria e não há consultórios nas ruas para cuidar das pessoas mais pobres.
“Nenhum equipamento social novo foi aberto para atender as pessoas em situação de rua, as que trabalham com material reciclável e as que não têm renda”, critica Padilha, que foi ministro da Saúde no governo de Dilma Rousseff (PT).
A preocupação de Padilha, além dos cuidados com a saúde dessa população mais vulnerável, é com a renda, já que em uma eventual quarentena elas não terão como sobreviver financeiramente.
“É preciso assegurar renda, um seguro-desemprego, porque essas pessoas vão perder de uma hora para outra toda a fonte de renda e o que prejudicará ainda mais a saúde tanto desse trabalhador informal quanto a da sua família”, afirma.
O ex- ministro da Saúde, lembra ainda que no país começa a estação outono/inverno - período em que aumenta os problemas respiratórios.
“Corremos o risco de um grande aumento dessas doenças na população vulnerável, que pode ser atingida, não só pelo coronavírus, mas também por outras doenças respiratórias de inverno“, alerta.
A proteção aos trabalhadores
Padilha reforça a necessidade do governo em oferecer proteção aos trabalhadores e trabalhadoras da saúde, dos equipamentos sociais que oferecem cuidados aos idosos, aos professores e profissionais de telemarketing que trabalham em locais de grande aglomeração de pessoas.
“Temos de tomar cuidado com esses trabalhadores e em especial aos profissionais de saúde. Eles são nossos soldados na linha de frente desse cuidado”, diz Padilha.
Walber Pinto e Rosely Rocha
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